quinta-feira, julho 22, 2021

'Foi uma tragédia', diz viúva de policial militar que trabalhava para vice-governadora e foi morto a tiros

Viúva do policial militar, Adriana Oliveira contou que falou com marido poucas horas antes do crime — Foto: Reprodução/TV Globo

"Foi uma tragédia. Ele era uma pessoa tão boa, se vocês vissem o carro em que ele estava, cheio de cesta básica que ele doa aos carroceiros. Eu não entendo". A declaração é da esposa do policial militar assassinado na tarde da quarta-feira (21). Sob forte emoção e vestida com a camisa do marido, Adriana Oliveira contou que conversou com a vítima pouco antes de o crime acontecer.

O terceiro sargento Adelcio Miguel Ângelo Júnior, que trabalhava como motorista da vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB), foi morto a tiros enquanto estava de folga. O crime aconteceu no bairro de Sítio dos Pintos, na Zona Norte do Recife.



Além de atuar como militar e motorista, Ângelo Júnior era proprietário de uma loja de videogames. De acordo com a esposa, ele tinha ido fazer uma entrega de um aparelho. "Ele só disse que ia fazer uma entrega de um PlayStation e aí não tive mais contato com ele", disse a mulher. Além da esposa, o militar deixou dois filhos.

Ainda na quarta, um dos suspeitos, de 23 anos, foi preso em flagrante e foi levado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste da capital. Ele confessou que efetuou dois disparos contra a vítima. Segundo informações apuradas pela equipe de reportagem da TV Globo no DHPP, um videogame foi roubado e outros dois homens participaram do crime.

"A gente almoça todos os dias juntos e nesse dia ele precisou dizer que não ia almoçar comigo, porque ia fazer uma entrega de 12h30, que foi a última vez que a gente se falou. Depois eu não consegui mais contato com ele", contou Oliveira.

Na quarta-feira, a Polícia Civil, por meio de nota, disse que as investigações iniciais apontavam para um possível latrocínio. De acordo com o advogado da família, Emerson Beltão, as informações acerca da motivação do crime ainda precisam ser esclarecidas.

"O que se sabe é que ele foi entregar esse equipamento e chegando lá veio a óbito. Não há um disparo, não há munição deflagrada da arma dele, não houve uma reação", afirmou.

Oliveira contou que a loja de videogames de Ângelo Júnior foi aberta recentemente e negou que já tenha havido alguma tentativa ou assalto no local. "O que se sabe é que há 10 anos uma pessoa foi presa. Ele [Ângelo Júnior] sofreu disparos, essa pessoa foi presa e recentemente essa pessoa foi solta. [...] Isso também é uma linha de investigação que tanto a Polícia Civil quanto a defesa estão buscando", declarou o advogado.

De acordo com a Polícia Militar (PM), Ângelo Júnior tinha 14 anos de polícia e há 4 anos estava à disposição da Casa Militar. Na data do crime, a vice-governadora se manifestou e lamentou a partida do colega. "Membro da nossa equipe, durante todo o tempo de convivência demonstrou ser uma pessoa de paz", escreveu em uma rede social.

Nesta quinta-feira (22), procurada pelo G1, a Polícia Civil afirmou, por meio de nota, que "segue com as diligências do caso e que não passará detalhes para a imprensa neste momento, para não atrapalhar o andamento das investigações".

O corpo do sargento foi liberado do Instituto de Medicina Legal (IML), na área central da cidade, na manhã desta quinta. Ele deve ser velado no Cemitério Parque das Flores, no bairro de Tejipió, na Zona Oeste da Cidade, a partir das 17h.

Por G1 PE

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