terça-feira, julho 27, 2021

Em Baía Formosa, no RN, cidade natal de 8 mil habitantes, Ítalo Ferreira usou isolamento na pandemia em preparação para ouro no Japão



Ítalo Ferreira com a medalha de ouro conquistada no surfe em TóquioFoto: Jonne Roriz/ - 27.jul.2021/COB

Baía Formosa, litoral do Rio Grande do Norte. Foi nesse pequeno município, com pouco mais de 8 mil habitantes, onde o campeão olímpico Ítalo Ferreira nasceu e escolheu ficar boa parte de 2020 por causa da pandemia de Covid-19.

Se o isolamento social atrapalhou os treinos da maioria dos atletas que se preparavam para as Olimpíadas de 2020, Ítalo se diz privilegiado por não ter se prejudicado.

“Os bombeiros e os policiais conseguiram controlar a entrada e a saída das pessoas, então, não teve muitos casos de Covid em Baía Formosa. A cidade é realmente um paraíso, com muita natureza. Onde eu moro consegui montar academia, consegui estar próximo das ondas, ir e voltar o tempo todo para surfar, para treinar", afirmou, em entrevista à CNN antes de embarcar para o Japão.

"Tive um momento incrível na pandemia. É difícil falar isso porque as pessoas passaram por dificuldades, perderam seus parentes, viveram momentos horríveis, mas eu fui abençoado”, completou.

Além de se preparar para as Olimpíadas, o atleta aproveitou o tempo na cidade natal para estar mais próximo da família e dos amigos. “Acho que foi uma das vezes que eu fiquei mais tempo em casa antes de entrar no circuito mundial. Pude dar um pouco mais de atenção aos meus pais, controlar quem entrava e quem saía por causa do vírus", explicou.

"Deixei todo mundo aqui na minha casa, todos os meus amigos, meu pai, minha mãe e minha irmã. A gente viveu nessa bolha e deu tudo certo. Não tive nenhuma perda de familiar durante a pandemia. A gente realmente teve o controle, se cuidou e continua se cuidando por que não dá para vacilar.”


O japonês Kanoa Igarashi ficou desolado após perder ouro no surf para Ítalo FerreiraCrédito: Francisco Seco - 27.jul.2021/AP


Ítalo Ferreira (C) celebra o ouro no surfe; o japonês Kanoa Igarashi (E) levou a prata e o australiano Owen Wright ficou com o bronzeCrédito: Olivier Morin/ - 27.jul.2021/Pool Photo via AP


Atual campeão mundial de surf, Ítalo Ferreira se torna, também, primeiro medalhista de ouro da categoriaCrédito: Francisco Seco - 27.jul.2021/AP


Ítalo Ferreira celebra a conquista do ouro no surf, a primeira do Brasil em TóquioCrédito: Francisco Seco - 27.jul.2021/AP


Brasileiro Ítalo Ferreira conquistou a primeira medalha de ouro para o Brasil em Tóquio Crédito: Francisco Seco/AP


Ítalo Ferreira em uma das ondas que ele conseguiu dropar na final do surfe contra o japonês Kanoa IgarashiCrédito: Francisco Seco - 27.jul.2021/AP


Ítalo Ferreira conseguiu notas 7,77 e 7,37 e ficou com ouro no surfeCrédito: Francisco Seco - 27.jul.2021/AP


Ítalo Ferreira surfa onda durante a final olímpica contra Kanoa IgarashiCrédito: Francisco Seco / AP

O surfista, que além de medalhista de ouro é o atual campeão mundial de surfe – título conquistado em 2019, já que em 2020 o circuito mundial foi cancelado por causa da pandemia – disse que durante o isolamento social teve uma rotina parecida com a que tinha durante a infância.

“A gente ficava surfando o dia inteiro na praia que não tem ninguém. A gente tem esse privilégio de poder surfar num lugar que não tem trânsito, que não tem pessoas com barraquinha. A gente surfa, pega o carro e volta, vai surfar de novo, então, sou abençoado em morar nesse lugar que me deu a oportunidade de continuar treinando, no ritmo e continuar testando pranchas”, contou.

Acostumado com as praias mais desejadas por surfistas do mundo todo, Ítalo sabe que a comemoração do ouro olímpico será ainda mais especial no litoral de Baía Formosa, onde pegou as primeiras ondas, onde tudo começou.

Bruno Oliveira, da CNN, em São Paulo

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