segunda-feira, julho 26, 2021

É #FAKE que presidente da Anvisa disse que população corre risco ao tomar vacinas experimentais


Circulam pelas redes sociais mensagens que alegam que o diretor presidente da Anvisa disse que a população corre risco de tomar vacinas experimentais. É #FAKE.

A mensagem falsa tira de contexto uma declaração do presidente da Anvisa Antônio Barra Torres, dita em fevereiro de 2021. Na ocasião, ele criticou a Medida Provisória 1.003/2020, que impunha a aprovação das vacinas sem análise da Anvisa. A Anvisa publicou, na época, uma nota em sua página oficial com críticas à MP.

Na entrevista, ao mencionar a frase "corre risco sanitário grave", o presidente da Anvisa não estava se referindo às vacinas, mas a um trecho da medida provisória que ele criticava. Ele falava de um eventual cenário futuro caso a MP fosse aprovada e do temor que ele tinha de que o trabalho da Anvisa fosse limitado e não pudesse analisar os imunizantes como de praxe. Essa medida provisória foi corrigida mais tarde (veja abaixo).

A Anvisa esclarece que "fica claro que o presidente da Anvisa se referia na entrevista ao cenário legal que poderia passar a vigorar no caso da sanção presidencial ao projeto de lei, da forma como enviado pelo Congresso Nacional". "Logo após a publicação do vídeo original, surgiram versões editadas com o fim de confundir a população, desestimulando a campanha de vacinação no Brasil."

Vacinas experimentais

A expressão "vacinas experimentais" está sendo usada por movimentos antivacina para confundir a população e impor medo dos imunizantes. A Anvisa esclarece que todas as vacinas analisadas e autorizadas pelo órgão são seguras e possuem perfis de eficácia definidos por estudos desenvolvidos e ainda em andamento.

"É importante destacar que estas são vacinas novas e que, por isso, seguem em monitoramento. Porém, os dados disponíveis até o momento não indicam alterações no nível de eficácia que foi verificado nos estudos apresentados à Anvisa", esclarece.

"Durante as avaliações sobre os pedidos de uso emergencial, foi destacado que não há lacunas em relação aos dados de segurança que comprometam o uso destas vacinas. O termo 'experimental' se refere ao fato de estas vacinas serem autorizadas com os estudos de fase 3 ainda em andamento, um processo adotado em todo o mundo durante a pandemia", complementa a Anvisa.

Após as críticas feitas pelo presidente do órgão à medida provisória, houve a publicação da lei 14.124, que garantiu à Anvisa o prazo de até sete dias úteis para avaliar as solicitações de autorização excepcional e temporária para a importação e distribuição, além da autorização para uso emergencial de quaisquer vacinas e medicamentos contra a Covid-19. A lei conferiu à agência a possibilidade de requerer diligências para esclarecimentos sobre os dados de qualidade, eficácia e segurança dos insumos.

Por Roney Domingos, G1

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