Mulher foi encontrada morta dentro de cisterna na casa onde ela morava, em Paulista, no Grande Recife — Foto: Reprodução/TV Globo
Uma mulher de 49 anos foi encontrada morta dentro de uma cisterna localizada na casa onde ela morava, em Paulista, no Grande Recife (veja vídeo acima). O corpo de Marnelice Ferreira de Lira foi achado na manhã desta quarta-feira (19).
Ela morava com a mãe e com o pai na casa de primeiro andar localizada na Rua Ministro Marcos Freire, no bairro do Fragoso. Vizinhos contaram que a mulher tinha deficiência mental e que a cisterna estava cheia de água porque o abastecimento havia sido retomado na terça-feira (18).
"Tinha muito histórico de ela cair aí dentro [da cisterna]. Foram mais de dez vezes e os vizinhos tentavam tirar, mas ela não queria sair. Ela entrava por ela mesma [...] A população falava para fechar, colocar cimento, tampar aquilo ali que ia acontecer essa tragédia e acabou acontecendo", afirmou a vizinha Andréa Maia.
O perito criminal Heldo Souza, do Instituto de Criminalística (IC), foi até o local onde o corpo foi encontrado e enumerou algumas características desse caso que chamaram a atenção dele.
"A princípio, eu digo que se trata de uma situação atípica, um caso inusitado. Primeiro, a questão da abertura, é muito pequena para passar uma pessoa. A segunda é a maneira de como foi encontrado o corpo da vítima, de cabeça para baixo, é uma situação atípica. Toda cisterna tem 22 metros de comprimento por 1,30 de largura, no formato retangular, e uma profundidade de 2 metros", disse.
De acordo com o perito, a mulher não cometeu suicídio. "Vamos admitir a hipótese de aquela pessoa tivesse tentado suicídio: instintivamente ela iria se locomover ali porque, dentro, o espaço era maior. Mesmo que a cisterna estivesse cheia, ainda havia a possibilidade de ela se mexer. Então, eu descarto possibilidade de suicídio", afirmou.
Corpo foi encontrado na Rua Ministro Marcos Freire, no bairro do Fragoso, em Paulista — Foto: Reprodução/TV GloboOutra hipótese para esse caso seria a de morte acidental, segundo o perito.
"Vários pontos têm que ser analisados porque poderia ter sido acidente e poderia ser a pessoa lançada, jogada ali de forma voluntária e intencional. Mas eu só posso provar isso depois do exame tanatoscópico [que identifica a causa da morte] para ver se há sinais de afogamento, ou seja, se existe ou não água nos pulmões, ou se aquele corpo caiu ali já sem vida ou desmaiado, então não vai ter água nos pulmões", contou.
Heldo também informou que é preciso aguardar o laudo do Instituto de Medicina Legal (IML).
"Quando examinamos o corpo, ela não estava com a língua totalmente para fora, um sinal que não é muito característico de afogamento. A pessoa se afogar com a língua para fora é difícil, mas isso aí é muito preliminar afirmar isso agora, é precipitado, tem que ver com o laudo tanatoscópio e com o laudo do IML, que deve sair em 15 dias", disse.
O G1 entrou em contato com a Polícia Civil para saber sobre a investigação desse caso, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.
Por G1 Pernambuco
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