De acordo com o MP Eleitoral, testemunhas relataram que "muita gente pegou dinheiro" e que "teve gente que pegou R$ 200, R$ 150". O MP informou que as cédulas de R$ 50 e R$ 100 "foram arremessadas da varanda da residência do vice-prefeito, Eraldo de Melo Veloso (MDB)".
Por meio de nota, a defesa dos gestores informou que "o prefeito Neto Barreto lamenta a judicialização das eleições 2020 ao passo que promove com ímpeto e muita serenidade sua defesa, confiando na justiça".
"Ele [Eraldo de Melo] e o prefeito, Antônio Raimundo Barreto Neto (PTB), eleitos pela 'Coligação União por Joaquim Nabuco', também ofereceram R$ 200, terreno e emprego a duas eleitoras em troca de votos. Ambos podem perder o mandato, o que resultaria em nova eleição no município", informou o Ministério Público.
O MP Eleitoral explicou que, em ação proposta pela coligação adversária, Eraldo de Melo Veloso e Neto Barreto, como o prefeito é conhecido, "foram condenados em primeira instância, pela 38ª Zona Eleitoral de Pernambuco, por abuso de poder econômico e captação ilícita de sufrágio (compra de votos)".
Por causa da condenação, o prefeito e o vice receberam pena de cassação do registro de candidatura, de inelegibilidade por período de oito anos e multa de R$ 20 mil reais para cada um. Ambos recorreram ao Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) para tentar reverter a decisão.
No parecer apresentado ao Tribunal, o Ministério Público Eleitoral defende a manutenção da cassação dos diplomas eleitorais de Eraldo Veloso e Neto Barreto, confirmação da perda dos cargos e realização de nova eleição direta no município, pois os votos obtidos pela chapa seriam considerados inválidos, segundo o MP.
"Os atos são altamente reprováveis e mancham profundamente a legalidade do processo eleitoral em Joaquim Nabuco; por isso deve a Justiça Eleitoral realizar novas eleições", disse o procurador regional eleitoral Wellington Cabral Saraiva.
Por G1 Caruaru
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