Tudo começou quando a patroa deixou o dinheiro dentro de uma sacola em cima de um móvel. A empregada, que não sabia o que havia no pacote e pensava que era lixo, recolheu e colocou na calçada junto com o restante dos resíduos da casa.
“Quando a senhora sentiu falta do dinheiro, ligou para a Emlurb e falou com a secretária do diretor. Eu estava passando na hora e disse: ‘vamos ajudar’. Fomos à sala de controle operacional para localizar o carro”, explicou o gerente-geral de Fiscalização e Limpeza da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), Avelino Pontes.
Todos os caminhões que fazem a coleta de lixo no Recife são equipados com GPS, que realizam o rastreamento em tempo real. Com o auxílio dessa tecnologia, foi possível localizar o caminhão que havia passado na rua. O motorista então recolheu o veículo para a Diretoria de Limpeza Urbana, na avenida Recife.
No pátio da diretoria, o caminhão foi descarregado e teve início a busca pelo pacote dos R$ 10 mil. “O caminhão já estava pela metade. Depois do lixo dessa residência, fez mais 15 ruas e tinha uma média de três toneladas. Descarregamos e os garis começaram a busca, foram quase três horas. Na primeira leva, catamos todo o lixo e não achamos”, acrescentou Avelino.
Apesar de ser um valor alto, o dinheiro estava agrupado em notas de R$ 100. Ou seja, não era um pacote muito grande e pesado. Foi então que a estratégia de busca no meio do lixo mudou.
“Para achar esse pacotinho vamos ter que abrir saco por saco. Foi quando começamos com a segunda busca. O esforço dos meninos foi enorme, ficaram o tempo todo abaixados, foi um trabalho muito bonito. Na segunda busca, acharam. Já foi no finalzinho, estavam perdendo a esperança”, completou Avelino.
Coletor há cinco anos, Lucas Gomes da Silva, de 26, conta que a busca pelo dinheiro foi difícil, mas houve alívio ao final. Ele diz que, nesse tempo de trabalho, nunca passou por nada parecido.
"O dinheiro estava enrolado num saco plástico preto. Pegamos sem saber, colocamos para dentro do carro e continuamos a coleta", contou.
No meio das buscas, Lucas diz que chegou a perder a esperança em achar as cédulas, mas seguiram em frente. "Quando a gente estava perdendo a esperança, um amigo meu estava ciscando com um garfo e então a gente achou. Agradeceram a gente", completou.
"Foi uma sensação de alívio", contou a dona do dinheiro sobre o fim das buscas. “Agradeceram e ficaram muito felizes de termos achado, ainda mais nessa situação de crise que estamos vivendo. A senhora relatou que o dinheiro era para pagar alguém por algum serviço prestado”, finalizou Avelino Pontes.
Por Folha de Pernambuco
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