— Houve uma intensa movimentação em relação à contratação adicional das 54 milhões de doses (da CoronaVac), também em relação ao próprio Supremo Tribunal Federal, solicitando um posicionamento. Hoje, na realidade alguns minutos atrás, recebi uma comunicação da pessoa responsável pelo departamento da logística, avisando que o contrato será assinado na terça-feira da próxima semana. Uma boa notícia que todos nós estávamos aguardando. Espero que isso se concretize — afirmou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.
Também nesta sexta, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que coordena assuntos ligados à vacina no Fórum de Governadores, confirmou a compra das doses. Ele disse que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o ligou para informar a decisão. Procurado, o ministério ainda não se pronunciou sobre o assunto.
O tema das doses adicionais vinha sendo intensamente não apenas em São Paulo, mas em todo o país, diante da escassez de vacinas para imunizar até mesmo todos os profissionais de saúde com duas doses.
Ontem, Doria disse que havia determinado ao Instituto Butantan que priorizasse o fornecimento de vacina para estados e municípios brasileiros caso o Ministério da Saúde confirmasse a compra. Até então, o contrato do Butantan era para fornecer 46 milhões de doses até abril. Caso o contrato adicional seja realmente assinado, o número de doses passa a 100 milhões.
De acordo o governador, o governo de São Paulo enviou mais de 8,7 milhões de doses da CoronaVac aos estados brasileiros para serem distribuídas via Programa Nacional de Imunização (PNI). Nesta sexta-feira, liberou um novo lote, com 1,8 milhões, sendo que 410 mil vão ficar em São Paulo para cumprir o calendário de vacinação.
Na quarta-feira, Dimas Covas, também já havia anunciado que, caso o governo federal não se manifestasse no prazo de uma semana sobre o interesses pelas doses, iniciaria negociações com países vizinhos da América Latina para fornecer a CoronaVac. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Fórum Nacional de Governadores também cobraram nesta quinta-feira que o governo federal compre as vacinas adicionais do Butantan.
Ainda durante a coletiva, Doria disse que semana "terminou melhor do que começou" após o comunicado do governo federal sobre a aquisição das novas doses.
— Se de fato essa informação, (que chegou) durante a coletiva, de que o Ministério da saúde confirmou que fará a aquisição de mais 54 milhões de doses do Butantan, terminamos melhor do que iniciamos no começo da semana, quando havia uma posição burocrática do Ministério dizendo simplesmente que até o final de maio daria sua posição. Nem sequer disse se seria positiva ou negativa.
Após pressão do governo de SP no início da semana, o Ministério da Saúde rebateu o Butantan dizendo que poderia se manifestar sobre a aquisição das novas doses até maio, segundo consta em contrato. Na quarta-feira, a pasta federal chegou a dizer que as declarações do Butantan sobre o término do prazo para novas compras eram "improcedentes, incoerentes, desconectadas da realidade e desprovidas de qualquer amparo legal".
O Globo
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