Em reunião entre representantes das três fabricantes de seringas e membros do Ministério da Saúde, hoje à tarde, ficou decidido que as fábricas irão fornecer 30 milhões de seringas e agulhas para o governo federal até o final do mês de janeiro. De acordo com Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (Abimo), as empresas SR, Injex e BD "abriram seus corações" para ajudar o governo neste momento difícil e irão produzir 10 milhões de unidades cada.
Este primeiro lote será uma compra emergencial. O edital para a compra das 300 milhões de seringas e agulhas deve sair na próxima semana. As empresas sugeriram ao governo que a seringa e agulha sejam compradas juntas, por ser uma forma de economizar na esterilização, na embalagem e no transporte.
No primeiro leilão, realizado no final de dezembro, o governo só conseguiu comprar 2,4% do total de seringas e agulhas do necessário. Segundo Fraccarro, o Ministério da Saúde ofereceu um valor completamente defasado de 13 centavos por seringa, e as companhias pediam entre 22 e 48 centavos dependendo do item, afirmou ele.
"Eles entenderam nossos custos com o aumento da inflação e do dólar mais alto. O primeiro leilão foi um equívoco e o ministério decidiu nos chamar para conversar. O diálogo é sempre positivo. Saí otimista".
De acordo com o secretário da Abimo, as empresas não produzem para estoque, toda a produção é para atender o atual consumo, para o plano de vacinação rotineiro do governo e para o uso em hospitais e farmácias. O Brasil produz cerca de 1.3 bilhões de unidades/ano. Para a vacinação contra a Covid-19, vai ter que aumentar no mínimo mais de 300 milhões nos próximos doze meses e 400 milhões para 2022.
Segundo ele, com pedidos confirmados e uma programação certa, no prazo de três a quatro meses é possível aumentar a produção nacional para toda a demanda da vacina contra Covid-19.
A decisão do Ministério da Economia em restringir a exportação de seringas e agulhas não afetará em nada o mercado, afirma o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed), Fernando Silveira. Segundo ele, a maior parte da produção é consumida internamente.
Por Mírim Leitão - O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.