Faltam poucas horas para as seções eleitorais de Petrolândia serem abertas à votação dos postulantes à Prefeitura Municipal e à Câmara de Vereadores. Neste intervalo, vale a pena refletir sobre a participação feminina nas eleições de 2020 em Petrolândia, uma cidade machista-raiz em um estado machista-raiz. Como um todo, o Brasil não é exemplo de inclusão feminina na política. Em 2018, o país ocupava a 161ª posição de um ranking de 186 países sobre a representatividade feminina no poder executivo, atrás de todos os outros países do continente americano, conforme publicação da Confederação Nacional dos Municípios (CNM).
No âmbito estadual, Pernambuco também não é exemplo de inclusão feminina na política: nunca elegeu governadora e nem todas as cidades já elegeram prefeitas. Em 1646, Pernambuco foi palco da batalha do Tejucupapo, onde mulheres repeliram uma investida dos invasores holandeses, porém, as pernambucanas são invisíveis diante da representatividade feminina para o Rio Grande do Norte, estado natal da "Filipa Camarão" (mulher de Felipe Camarão, nome de rua em Petrolândia). O RN já elegeu 3 governadoras nas urnas. Se Pernambuco FOI o "Leão do Norte", o Rio Grande do Norte SEMPRE FOI a "Leoa do Brasil", estado onde as mulheres, por iniciativa própria, conquistaram direito ao voto, elegeram a primeira prefeita e a primeira governadora do país. Atualmente, o RN tem a única governadora em mandato no Brasil, eleita em 2018.
Em Petrolândia, a representatividade feminina é simplória. A maioria dos partidos cumpriu apenas o protocolo, fechando os 30% de candidaturas femininas (3 mulheres e 7 homens). Mas 2 mulheres desistiram de concorrer ao cargo de vereador e, embora sem prejudicar o partido, minimizaram a importância dessa legenda para o empoderamento feminino.
Esta semana, no encerramento do prazo para entrevistas dos candidatos, o Blog de Assis Ramalho entrevistou a prefeita Jane. E foram levantadas polêmicas, nas redes sociais, sobre a suposta pressão que a prefeita recebeu nas perguntas, que supostamente foram mais leves para os demais candidatos entrevistados na quinta-feira (12). Nós, da redação do Blog de Assis Ramalho, interpretamos isso como machismo, apenas. A prefeita, como mulher e como gestora eleita, respondeu todas as perguntas com a segurança esperada de um gestor municipal, homem ou mulher. Em nossas redes sociais, muitos foram os elogios para a gestora e candidata pela postura firme e forte nas suas respostas.
Dentre as 161 candidaturas apresentadas à Câmara Municipal na eleição 2020 em Petrolândia, apenas duas candidaturas foram descartadas. Ambas por renúncia e ambas de mulheres. Uma iria substituir a outra na vaga de determinado partido que concorreu com os 30% fechados de participação feminina, cota que ainda não aproxima as mulheres candidatas à eleição para uma das 11 vagas na Câmara Municipal.
Boa sorte a todas as candidatas/es em 2020!
Redação do Blog de Assis Ramalho