A delegada Vanessa Alice disse que, segundo as investigações, Antonio Henrique dos Santos pretendia, com a morte da ex-esposa, ficar com a guarda da filha que tem com ela e, assim, ter acesso a uma indenização que a menina poderia receber, pelo seguro de vida.
Ele já era investigado anteriormente por tentativa de feminicídio contra a gerente. A mulher, conforme a polícia, possuía medida protetiva contra o ex-marido.
Na segunda-feira (28), Tatiana Lorenzetti, de 40 anos, foi morta a tiros, na saída de uma agência da Caixa Econômica Federal, no bairro Capão Raso.
O suspeito de atirar nela, segundo informado pela Polícia Militar (PM), fugiu de carro e morreu em confronto com policiais em outro ponto da cidade.
Segundo a delegada, eles confessaram o crime e disseram que receberiam R$ 25 mil pelo assassinato, que o crime deveria ser forjado como latrocínio, e o valor pago pelo ex-marido seria dividido entre o atirador e os outros dois.
O G1 tenta contato com as defesas do ex-marido, Antonio Henrique dos Santos, e dos outros suspeitos.
Negociação pela morte da gerente
Em um documento, no início de dezembro, a Polícia Civil havia apontado que Antônio ofereceu dinheiro a um outro homem para matá-la.
A informação foi repassada à polícia após uma interceptação telefônica feita durante uma operação contra tráfico de drogas.
As informações mostraram que o ex-marido ofereceu R$ 70 mil a um primeiro suspeito em troca de assassinar a gerente.
À época, segundo a delegada, a polícia pediu a prisão do ex-marido, o que foi negado pela Justiça.
De acordo com a polícia, o ex-marido acabou se desentendendo com este primeiro suspeito na negociação pelo valor a ser pago antes do assassinato.
“O Antônio vinha já há algum tempo procurando pessoas para cometerem o crime”, destacou a delegada.
Eles não efetuaram o acordo, e Antônio contratou outras pessoas. O primeiro homem não teve envolvimento com a morte da vítima.
Boletins de ocorrência
Informações da polícia apontam que a vítima já havia registrado diversos Boletins de Ocorrência (B.O.) contra o ex-marido.
Em um boletim registrado no dia 4 de fevereiro deste ano, Tatiana contou que conviveu com Antônio Henrique dos Santos por aproximadamente quatro anos e que tiveram uma filha, na época, com nove anos de idade.
No documento, ela afirmou que os dois não viviam mais juntos e que tinha medida protetiva. Tatiana ainda relatou um problema que teve com o ex-marido sobre a guarda da filha.
Segundo ela, no boletim, o pai ficou com a criança no último período de férias e deveria levá-la para a escola, no primeiro dia de aula, conforme determina o termo de guarda e visita. Mas, até a presente data, segundo o registro, o pai não havia levado a filha para a escola, faltando os dois primeiros dias de aula.
Procurado pelo diretor, de acordo com o B.O., Antônio não explicou o motivo para não levar a filha à escola e desligou o telefone durante a conversa.
No dia 17 de abril, uma nova discussão sobre a guarda da filha foi registrada pela gerente. Antonio, depois da negativa da mãe para ficar com a criança, foi buscar a filha na casa da avó, que não permitiu a entrada dele, trancando o portão até a chegada dos policiais, segundo o documento.
Em 24 de setembro, Tatiane informou à polícia que o carro dela foi atingido por uma pedra que quebrou o vidro lateral traseiro.
Em um outro Boletim de Ocorrência, do dia 7 de dezembro, a gerente afirmou que foi o ex-companheiro que jogou a pedra, descumprindo a medida protetiva.
No dia 2 de dezembro, o Ministério Público do Paraná apresentou parte de uma investigação criminal contra suspeitos de tráfico de drogas.
A interceptação telefônica que apontou a negociação do ex-marido para tentar contratar um homem para matar Tatiana consta nestes documentos.
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