“Eu estou aqui, com vida, e primeiramente quero agradecer a Deus por ter me dado uma (nova) vida.” Essa foi uma das declarações dadas nesta terça-feira (22), por Reginaldo Galdino, ao repórter Tiago Santos da Rádio Delmiro FM. “Regi”, como é mais conhecido, é morador do bairro Prainha, em Paulo Afonso (BA).
Ele sobreviveu à queda de um ônibus da Localima de um viaduto na BR-31, em João Monlevade, na Região Central de Minas Gerais, no último dia 4 de dezembro. Dezenove pessoas das cidades alagoanas de Água Branca, Mata Grande, Delmiro Gouveia e Pariconha, morreram na tragédia.
De acordo com o radialista, Reginaldo voltou no último final de semana para Paulo Afonso, após receber alta hospitalar. Na entrevista, o pauloafonsino contou detalhes do antes, durante e depois do trágico acidente.
Veja algumas das declarações:
Motivo da viagem: trabalho
“Estava indo para São Paulo trabalhar, já ia fazer os exames na segunda, ia ser o meu primeiro trecho na vida. Mas se Deus quiser, Deus bota outra oportunidade na minha vida.”
Ônibus apresentava problemas
“Ele (o ônibus) parou lá (em Jeremoabo), olharam o motor. Na estrada eu tava até pensando, quando o ônibus freava, a pastilha de freio já vinha comendo já, já vinha desgastando as pastilhas, já era um aviso de Deus.”
De Paulo Afonso, apenas ele e o motorista
“Não conhecia ninguém no ônibus, de Paulo Afonso só tinha eu mesmo, e o motorista, o que estava dirigindo.”
Estava no fundo do ônibus e não consegui pular
“Na hora que o ônibus faltou freio, ele mandou as pessoas pularem, aí já tinham as pessoas já perto da entrada do ônibus, aí só quem aproveitou para pular foram as pessoas que já estavam próximas do motorista. Não consegui saltar porque eu estava no fundo do ônibus, nas últimas cadeiras.”
Não conseguiram abrir as janelas de emergência
“Não, não conseguimos não, nós não pensamos, no desespero, todo mundo pensou que já era, já ia morrer mesmo, todo mundo desesperado no ônibus, falando isso.”
Desmaiou na queda do ônibus
“Quando o ônibus despencou, eu me acordei (ele desmaiou na queda do ônibus), ninguém queria me socorrer, tava todo mundo com medo, como o ônibus estava pegando fogo, na lateral dele, a polícia rodoviária federal mesmo falava que era para nós mesmos nos socorrer, aí quando um policial me viu sentando, ele disse para mim sair logo de lá senão o ônibus iria incendiar, não pensei duas vezes e sair de lá.”
Deus deu forças
“Eu estava descalço e estava tudo muito quente, aí fui até a ambulância que estava um pouco distante do ônibus, Deus me deu forças e eu consegui sair de lá. Aí um homem me colocou na maca, nós chegamos no hospital Margarida e lá eu fui um dos primeiros a fazer uma cirurgia, não era grave, o médico disse que eu fui muito guerreiro, foi logo abrindo eu e fazendo a cirurgia.”
Uma nova vida
“Eu estou aqui, com vida, e primeiramente quero agradecer a Deus por ter me dado uma (nova) vida.”
O pior passou
“Fraturei a coluna, vou usar esse colete durante três meses para colar o osso vertebral, mas o pior já passou, agora é contar a história e só agradecer a Deus todos os dias.”
Agradecimentos
“Quero agradecer a todos que oraram por mim, fizeram uma corrente de oração, a todos do meu bairro, e a todos que me ajudaram, contribuíram, arrecadar dinheiro para minha saúde, principalmente Kiô aqui da Prainha porque foi ele quem batalhou, correu atrás, ao time que eu jogo no Internacional da Prainha, agradecer a eles, a meu amigo Cid Don Léo da pizzaria, ele batalhou pela minha passagem de volta a minha cidade queria e poder está com minha família e aos demais que eu não lembrei quero que Deus abençoe sempre.”
Por PA4.COM.BR
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