Declaradamente neutro em 2020, apesar de afirmar ter votado em Jane, ex-prefeito é acusado de "exercer influencia" na eleição de Fabiano Marques como prefeito (Arte: Blog de Assis Ramalho)
As eleições de 2020 em Petrolândia foram, sem dúvida, uma caixinha de surpresas em alguns aspectos, mas, qualquer que fosse o resultado o prefeito/a eleito/ pelo voto do povo, a culpa (para muitos) seria de Lourival Simões. Lourival é filho e herdeiro político do ex-prefeito Dr. Francisco Simões de Lima, e, por extensão, do Grupo Simões, tido como grupo mandatário da Prefeitura de Petrolândia há mais de 20 anos. Ao concluir seu segundo mandato, em dezembro de 2016, Lourival Simões recebeu várias sentenças de parte da pupulação: "acabado politicamente", "condenado ao ostracismo", "'queimado' "rejeição alta", "carta fora do baralho". No entanto, em vez de ser esquecido, o nome de Lourival Simões continua presente na política, tanto que virou um paradoxo. Ele é considerado o coringa (ou curinga), a carta que faz a diferença no jogo.
Deputado estadual por dois mandatos, em 2008 Lourival Simões concorreu a prefeito de Petrolândia, com apoio do então prefeito Dr. Marcos (Marquinhos). Venceu e foi reeleito em 2012, com a atual prefeita Jane eleita como vice-prefeita. Em 2016, Lourival indicou Ricardo Rodolfo como seu sucessor. Jane foi novamente indicada para vice-prefeita. A chapa foi eleita, em uma votação bastante apertada. Sete meses após a posse, em 2017, o prefeito eleito renunciou e a vice tomou posse como primeira prefeita da história de Petrolândia. A sucessão foi apoiada pelo ex-prefeito. Mas, já existiam, desde o início de 2017, rumores de "racha" no Grupo Simões. O rompimento político é desmentido por todas as partes, ao longo de mais de três anos. Porém, após episódios ocorridos no Hospital Municipal, o descontentamento de membros da Família Simões entrou em evidência. O apoio desses familiares à chapa do PTB foi público, como permite a democracia.
Nossa reportagem entrou em contato com Lourival Simões querendo uma entrevista para que ele fale sobre as eleições 2020, e passe explicação sobre o tema comentado na cidade. Ele pediu um tempo, ''visando deixar a poeira baixar'', e disse que em breve falará sobre o assunto.
De sua parte, presidente do diretório municipal do PSB, Lourival Simões não escondeu a insatisfação com a chapa formada para a campanha de eleição. Enfim, declarou que ficaria neutro, não iria pedir votos para a chapa majoritária. Na repercussão da opinião pública, falou-se muito contra e a favor do afastamento dele da campanha e até foi dito que o apoio dele à reeleição da prefeita a faria perder votos. A campanha foi feita, não houve reeleição. Veredito de apoiadores e opositores: a culpa é de Lourival Simões que, supostamente, pediu votos para a chapa adversária e ajudou a eleger Fabiano Marques, candidato do PTB. Fabiano, portanto, foi eleito pela Família Simões, deduziram. Em entrevista na Web Rádio Petrolândia, dias antes da eleição, Fabiano negou as especulações afirmando que há vários anos não fala com Lourival Simões.
O paradoxo - algo inexplicável pela lógica - é pessoas que acreditam que Lourival tem alta rejeição eleitoral, que ele não conseguiria mandato nem de vereador e outras hipóteses depreciativas, também acreditam que de 2016 para 2020 o ex-prefeito se tornou o mais forte cabo eleitoral de Petrolândia. Em 2016, a chapa apoiada por Lourival venceu Fabiano por apenas 50 votos de diferença. Em 2020, "com 'suposto' apoio de Lourival", que para muitos teria agido na surdina para conquistar votos para o adversário político, Fabiano foi eleito com mais de 2 mil votos de margem.
Redação do Blog de Assis Ramalho
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