segunda-feira, novembro 30, 2020

Marília sinaliza para uma nova frente da oposição e palanque deve seguir armado até 2022

Foto/arquivo/BlogAR

"Nós não perdemos. Mostramos as nossas ideias pro Recife e enfrentamos uma batalha contra as mentiras. Sou muito grata por todo o apoio, carinho e força que recebi de todo mundo, aqui e nas ruas. Conseguimos rachar a muralha do PSB. Da próxima vez a gente derruba". O tom usado pela deputada federal Marília Arraes após a divulgação do resultado da disputa pela Prefeitura do Recife mostraram que o acirramento político ainda está elevado e o palanque não será desarmado até 2022.

Ainda em seu discurso, Marília fez questão de afirmar que "aqui começa uma nova articulação da oposição no Estado de Pernambuco”. Ao seu lado, lideranças que declararam apoio à petista no segundo turno como o prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira (PL), e o presidente do Podemos em Pernambuco, Ricardo Teobaldo.

Cientista política e professora da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (Facho), Priscila Lapa considera que, apesar da derrota no segundo turno, o bom desempenho consolida Marília, mais uma vez, como uma liderança política. “Em 2018, ela não se viabilizou como candidata e ainda existia uma especulação do tamanho da força eleitoral que ela tinha. E ela se saiu bem. Não teve a votação que as pesquisas mostraram na reta final que teria, mas foi para o segundo turno e disputou de forma muito expressiva. Ela não sai como derrotada. O PT que não a apoiou de cara sai mais derrotado do que ela”, argumenta.

Sem conseguir eleger nenhum candidato nas capitais, o partido terá de discutir como ficará o espaço de Marília dentro da legenda, visto que ela foi a postulante da sigla que chegou mais perto de vencer uma eleição. Para Priscila Lapa, o PT terá pela frente um dilema para resolver.

“Optar por abraçar esse capital político que Marília Arraes teve para projetar 2022 ou preferir colocá-la novamente de escanteio e se coligar ao PSB com vistas a um projeto de poder mais imediato. O PT tem uma carta na manga e precisa saber usá-la, porque, daqui a dois anos, a força do voto de Marília ainda vai estar fresca na memória, então a hora de fazer isso é em 2022”, avalia.

Por G1

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