Ex-servidores do Departamento de Estradas e Rodagens do Estado de Pernambuco (DER-PE) foram alvo de dois mandados de busca e apreensão de bens nesta quarta-feira (25), quando a Polícia Federal (PF) deflagrou a 3ª fase da Operação Outline. A ação policial investiga o desvio de recursos de obras geridas pelo órgão, como a requalificação da BR-101, além de outros crimes, como peculato, corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
De acordo com a PF, os mandados cumpridos resultaram na apreensão de um veículo GM Trailblazer, avaliado em R$ 190 mil, e uma lancha avaliada em R$ 270 mil, e são cumpridos no Recife e em Paulista, na Região Metropolitana
.Durante a investigação, foi constatado que “apenas um irrisório percentual” das movimentações financeiras desses ex-servidores era proveniente dos salários que recebiam, conforme divulgado pela PF.
Os investigadores também descobriram que uma empresa contratada constantemente para execução de obras e serviços pelo DER, incluindo a obra da BR-101, fez transações simuladas com empresas fantasmas.
Após serem apreendidos pelos policiais federais, os bens ficam à disposição da Justiça Federal. Ainda de acordo com a PF, a soma das penas máximas dos crimes investigados totaliza 42 anos de reclusão.
Em nota enviada ao G1, o DER afirmou que "acompanha o processo e continua à disposição da Polícia Federal e dos demais órgãos de controle", além de dizer que "vem apoiando e contribuindo com as investigações no sentido de esclarecer quaisquer dúvidas de ordem técnica ou jurídica referentes aos serviços de requalificação da BR-101".
Ainda no texto, o DER declarou que "os ensaios técnicos realizados, inclusive sob acompanhamento da própria PF, atestaram a qualidade das obras da rodovia, assim como sua conformidade com as normas vigentes".
A primeira fase da Operação Outline foi deflagrada em 13 de novembro de 2019, quando documentos, mídias digitais e uma arma foram apreendidos após dez mandados de busca e apreensão serem cumpridos no Recife e em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana. Segundo a PF, o contrato para requalificação da BR-101totalizou R$ 190 milhões (veja vídeo acima).
De acordo com o delegado federal Daniel Silvestre, as investigações tiveram início em janeiro de 2019. Os investigadores obtiveram evidências de que parte dos recursos repassados pelo DER para a empresa executora da obra pode ter sido desviada para pagamento de propina a servidores públicos.
Nessa etapa, dois ex-servidores do DER foram presos no Recife, devido a um mandado de prisão temporária de cinco dias. Outros nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos nessa data. A Polícia Federal não divulgou os nomes dos alvos por causa da lei de abuso de autoridade.
Por G1 PE
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