Satélite Geo Estacionário Meteorológico GOES-16 registrou o bólido que explodiu sobre a Serra do Baturité, no Ceará(foto: Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros)
Um ruído intenso, acompanhado de tremor e de um clarão no céu, assustou moradores do interior do Ceará na manhã deste sábado (10/10). É que um meteoro, de proporções ainda desconhecidas, se chocou com a atmosfera terrestre e possivelmente produziu meteoritos que podem ter se espalhado pela região do Maciço do Baturité — ao sul da capital Fortaleza.
O objeto, cujo impacto chegou a ser confundido com um forte trovão ou a queda de um avião, é chamado de bólido, nome que se dá a um meteoro que, ao colidir com a atmosfera terrestre, provoca um estrondo e forma uma bola de fogo tão clara quanto a lua cheia.
“Esse bólido ocorreu às 6h47 da manhã deste sábado. Alguns moradores disseram que tremeu tudo lá, tipo um terremoto. Estamos tentando ver se alguém aqui pegou o estrondo ou se alguma câmera de vigilância captou alguma coisa. Também disseram que viram uma fumaça no céu, quando correram para ver o que foi”, detalha o astrônomo e astrofotógrafo José Lucas Ferreira.
Membro da Bramon e presidente do grupo Notícias Astrômicas, Ferreira explica que o corrido neste fim de semana no Ceará é muito semelhante ao bólido avistado em julho deste ano no sertão de Pernambuco.
“Foi a mesma coisa que aconteceu em Pernambuco. O bólido causa esse tremor, então muita gente acha que é um terremoto. O que marcou e que nos indica que o fenômeno do Ceará tem 90% de chance de ser um bólido é: trilha de fumaça no céu e o tremor que ocorreu na região”, comenta.
Chuva de meteoros
O astrônomo explica ainda que o mês de outubro costuma ter uma chuva de meteoros bastante conhecida, chamada de Draconídeas. A previsão era de que o pico do fenômeno ocorresse entre a última terça (6/10) e este sábado (10/10).
“Não dá para dizer que foi ela que causou exatamente esse bólido, mas é normal a entrada de toneladas de meteoros todos os dias na nossa atmosfera, mas alguns a gente não consegue presenciar porque são muito fracos. Esses bólidos são normais de ocorrer, mas é muito raro que a gente perceba um fenômeno desse”, pontua. A explicação para a nossa baixa percepção desse tipo de acontecimento astronômico é, além do impacto muitas vezes pequeno, a poluição luminosa das grandes cidades.
Correio Braziliense
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