Com a decretação, o Sindicato notificará o Governo do Estado e terá pelo menos 72 horas para deflagrar o movimento paredista, ou seja, na próxima segunda-feira, 5 de outubro. Haverá mais uma assembleia neste dia (5). Ao mesmo tempo, continuam as negociações entre a diretoria do Sintepe e o Governo do Estado, inclusive, com reunião marcada para esta sexta-feira, 2 de outubro.
A "Greve em Defesa da Vida", como foi denominada, é uma reação da categoria à convocação para o retorno às atividades presenciais, realizada pelo Governo do Estado, para o próximo dia 6 de outubro. Para o Sindicato, não há condições sanitárias e de deslocamento que assegurem a saúde de toda a comunidade escolar.
Mesmo com a decretação da greve, os serviços permanecem funcionando normalmente até a efetiva deflagração, portanto, trabalho remoto, pra quem vem fazendo, segue normal.
O Sintepe levou em consideração o parecer da Rede Solidária em Defesa da Vida (RedeSol-PE) sobre o retorno às atividades escolares presenciais no Estado de Pernambuco, no contexto da pandemia da covid-19. O parecer é assinado por quatro médicos/as com PHD nas áreas de Epidemiologia e Medicina Social e subscrito por uma dezena de outros especialistas e entidades da sociedade civil.
O documento fala de aspectos preocupantes em relação ao contexto epidemiológico em Pernambuco, com a "interiorização da disseminação do vírus" e a concentração do maior número da assistência especializada e de hospitais na capital, além de outros aspectos.
O Parecer considera imprescindível a "realização de estudos de prevalência da infeção pelo SARS-CoV2, de âmbito estadual, que levem em conta os municípios segundo tamanho da população e densidade demográfica, além da distribuição da rede de ensino, seja ela pública ou privada, de modo a permitir a identificação da magnitude da pandemia e o seu comportamento epidemiológico".
O parecer da Rede, também, é bastante categórico quando afirma que os "dados epidemiológicos indicam a clara persistência de transmissão ativa do vírus em todos os 184 municípios do estado", finalizando por defender "que o retorno às atividades escolares presenciais seja feito no momento em que haja parâmetros que comprovem o arrefecimento da pandemia no estado e municípios, com base nos critérios da OMS e dos órgãos colegiados da saúde do Brasil", diz o documento.
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