Um levantamento divulgado esta quarta-feira pelo centro de pesquisas global Copernicus Climate Change (C3S) mostra que setembro de 2020 foi o mês mais quente da História.
O registro é 0,05 grau Celsius superior ao visto em setembro de 2019, que detinha o recorde até agora. A tendência é que as temperaturas permaneçam altas até o final do ano. Desta forma, 2020 pode se tornar o ano mais quente já registrado por cientistas, superando o patamar de 2016. Ambas as datas são marcadas por um esfriamento do Oceano Pacífico equatorial, que proporciona a formação do fenômeno La Niña.
o C3S é um sistema desenvolvido pelo Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo, que monitora o clima do planeta. O centro publica boletins mensais sobre as alterações observadas na temperatura global da superfície do ar e outras variáveis climáticas.
Os termômetros elevados de setembro deixaram marcas em todo o planeta. Contribuiu para incêndios em regiões como Sibéria, Califórnia e Amazônia. No Brasil, também provocou estragos no Centro-Oeste e em São Paulo.
— Esta onda de calor que se instalou no Brasil no final de setembro e nos primeiros dias de outubro de 2020 será amplamente estudada pela academia porque está reescrevendo a climatologia de temperaturas no país, batendo recordes de calor de mais de cem anos — explica a meteorologista Josélia Pegorim, do Climatempo.
De acordo com Pegorim, o interior de São Paulo chegou esta terça-feira ao seu 11º dia consecutivo com temperaturas acima de 40 graus Celsius.
Na Europa, a temperatura de setembro de 2020 foi 0,05 grau Celsius superior à vista no mesmo mês em 2016, o mais tórrido já medido até hoje. As ondas de calor foram ainda mais nítidas em outras regiões, como partes da América do Sul, o Oriente Médio e a Austrália.
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O C3S também constatou um derretimento acima da média do gelo marinho no Ártico — foi o maior visto desde setembro de 2012. Setembro é tradicionalmente o mês em que o gelo da região atinge sua extensão mínima, voltando a acumular nos meses seguintes, até atingir o máximo em março.
— Em 2020, foi registrado um declínio estranhamente rápido da extensão de gelo do mar Ártico durante junho e julho, na mesma região onde se registraram temperaturas acima da média. Isso aumentou a condição para que o mínimo de gelo do mar fosse particularmente baixo este ano — avalia Carlo Buontempo, diretor do C3S. — A combinação de temperaturas recordes e o recuo do gelo marinho do Ártico realça a importância de melhorar e ampliar o monitoramento dessa região, que aquece mais rapidamente do que qualquer outra parte do mundo.
O Globo
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