Foto: Cézar Cavalcante
Foto: Kathayne Xavier
O DJ goiano se apresentou com sua mesa de mixagem em um minicatamarã, com decoração típica de nossa região, como palhas de coqueiro. O barco foi colocado na entrada das ruínas, cuja imagem é o principal cartão postal de Petrolândia. Em frente ao palco improvisado nas águas do rio, um outro minicatamarã conduziu a equipe de controle do som e convidados. Os efeitos do jogo de luzes coloridas nas ruínas da igreja e os fogos de artifício soltados ao final da apresentação, algo inédito, chamaram muita atenção.
Não demorou e as imagens correram as redes sociais, com elogios à iniciativa do DJ em escolher Petrolândia como imagem para seu clipe e à oportunidade de a cidade retomar seu potencial turístico, interrompido pela pandemia de Covid-19. Mas, claro, também choveram críticas.
Os que não gostaram apontam que as ruínas sofreram risco pela intervenção para montagem do espetáculo, o som alto da música e o estourar dos fogos. Outros foram mais longe em sua desaprovação, com apelos ao fato de as ruínas ainda serem, supostamente, um local sagrado, profanado pela apresentação musical.
Quem esteve no local e quem participou da montagem da estrutura, afirma que o volume do som estava baixo para os padrões de shows da região.
As imponentes ruínas da Igreja do Sagrado Coração de Jesus são situadas em águas da União. O Município de Petrolândia, antigo proprietário do território coberto pelo reservatório da Usina Hidrelétrica de Itaparica (UHE Luiz Gonzaga), tem o local como patrimônio histórico, ainda sem tombamento oficial do IPHAN. Na ausência da União, a Prefeitura assumiu os cuidados com o ponto turístico mais famoso da região.
O clipe não foi gravado de forma clandestina ou irresponsável, segundo fontes escutadas pelo Blog de Assis Ramalho. Um demorado processo foi realizado, antes de ser autorizado o uso das ruínas, para que as gravações transcorressem de forma segura para o DJ Bhaskar - e seu valioso equipamento-, para os profissionais que trabalharam para a realização do evento e para a minimização dos impactos na estrutura do prédio.
As ruínas de Petrolândia, como ponto turístico, são um cenário, utilizado para diversos fins. Ensaios fotográficos, visitação, filmagens, mergulhos profissionais e amadores. Poderia ser um belo cenário para casamentos, mas deixou de ser templo religioso.
Uma rave nas ruínas é impensável, obviamente, porque os riscos superariam os benefícios. A diferença entre o uso feito pelo DJ Bhaskar e outros, como a escalada e saltos das ruínas, é o fato de a intervenção do músico ter sido profissional, com prévia avaliação e cálculo dos riscos, cercada de aparato profissional, com envolvimento de órgãos que autorizaram o evento (não somente a Prefeitura, porque águas da União são território federal), tudo isso e mais o trabalho de equipes profissionais e alguns profissionais petrolandenses, que têm mais um importante item para citar no currículo.
Redação do Blog de Assis Ramalho
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