sábado, setembro 26, 2020

Palmeiras x Flamengo: Justiça aceita pedido de Sindiclubes, suspende jogo e estipula multa de R$ 2 milhões

Veja abaixo trecho final da decisão que suspendeu a partida entre Palmeiras e Flamengo — Foto: Reprodução


O Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro determinou a suspensão da partida entre Palmeiras e Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro, marcada para as 16h (de Brasília) deste domingo, em São Paulo. O órgão acatou o pedido do Sindeclubes, o sindicato dos funcionários de clubes no estado, que entrou com uma ação civil pública, assinada pelo advogado Henrique Fragoso, na sexta-feira.

O pedido de adiamento da partida até que os empregados do clube carioca cumprissem quarentena foi justificado com a possibilidade de contágio. A decisão é assinada pelo juiz do trabalho Filipe Olmo. A multa para descumprimento da decisão foi estabelecida em R$ 2 milhões.

No documento, o sindicato alega que 21 profissionais estão escalados pelo clube para o jogo e vê "risco elevado de contágio", uma vez que muitos deles estiveram no Equador, quando houve um surto de contaminação de coronavírus na delegação rubro-negra.

O Sindeclubes é presidido por José Pinheiro dos Santos, que é funcionário da segurança do Flamengo. Segundo ele, o pedido para que fosse feita a ação partiu de empregados rubro-negros, preocupados com a realização da partida.

O Flamengo, por sua vez, entrou com um pedido de revisão da decisão do STJD, que na sexta-feira indeferiu a solicitação rubro-negra de adiar o jogo. Ainda não houve nova resposta do tribunal.

Confira a decisão do juiz do trabalho Filipe Olmo:

"Apesar dos protocolos estabelecidos pela CBF e pelo 2º réu, é público e notório, pelos documentos e notícias juntadas aos autos, que há um surto focalizado entre os empregados e jogadores do Clube de Regatas do Flamengo. Em razão dos eventuais resultados falso-negativos e da possibilidade de haver infectados dentro do período de incubação, não há garantia de que os empregados saudáveis não terão contato com outros empregados que possam estar infectados.

Deve-se ressaltar, ainda, que os exames são realizados com antecedência de 2 a 3 dias, e que outros empregados podem ter sido infectados após a realização do exame, em razão do surto focalizado já mencionado. Neste contexto, não há como garantir que empregados que tenham testado negativo estejam, de fato, saudáveis e não estejam transmitindo o vírus, seja pela possibilidade de resultado falso-negativo, seja pela possibilidade de ter contraído o vírus após a realização do exame.

Ressalte-se que o sindicato autor representa o staff do clube, composto, muitas vezes, por pessoas idosas e/ou pertencentes ao grupo de risco, o que potencializa o risco da realização da partida em questão.

Manter a partida implicaria risco demasiado para a saúde de jogadores das duas equipes, comissão técnica e demais empregados. Além disso, há risco de contaminação dos familiares, quando do retorno para casa."

Confira a relação completa de contaminados:

Jogadores

Noga
Pepê
Rodrigo Muniz
Gabriel Batista
Isla
Matheuzinho
Rodrigo Caio
Léo Pereira
Thuler
Gustavo Henrique
Renê
Filipe Luís
Willian Arão
Gomes
Diego
Everton Ribeiro
Vitinho
Bruno Henrique
Michael

Delegação

Rodolfo Landim (presidente)
Marcos Braz (vice de futebol)
BAP (vice de relações externas)
Domènec Torrent (treinador)
Marcio Tanure (médico)
Juan (diretor)
Marcio Santos (supervisor)
Eduardo Calçada (fisioterapeuta)
Douglas Oliveira (nutricionista)
Cadu Furtado (analista de desempenho)
Vinícius Castro (assessor de imprensa)
Marcelo Flaeschen (assessor de imprensa)
Alex Silva (enfermeiro)
Rodrigo Ernesto (Offside logística)
Edvard Souza (Offside logística)
Dekko Roisman (conselho do futebol)
Diogo Lemos (conselho do futebol)

Por André Hernan e Fred Huber — Rio de Janeiro


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