"Acreditamos que ao Senhor pertence tudo, o que Ele fez e faz é por amor".
Foto: Assis Ramalho/BlogAR
Padre Henrique Schuten
Filho de Bernard Schuten e Maria Gezina Roelfs, Henrique (Henderikus) Schuten nasceu em Lagtuwede (Holanda) aos 26 de novembro de 1929. Professou as primeiros votos aos 08 de setembro de 1954, e foi ordenado presbítero no dia 26 de julho de 1959. Já no final de 1961, embarcou para o Brasil, para se inserir e colaborar na missão desenvolvida pelos Missionários da Sagrada Família na região Nordeste do Brasil.
No decorrer de quase seis décadas de missão, atuou em diversas paróquias do sertão nordestino, e apenas alguns anos nas cidades litorâneas. Trabalhou especialmente em paróquias do Rio Grande do Norte, Ceará e de Pernambuco. Por trinta anos foi pároco de Tacaratu, Diocese de Floresta, de onde estendia sua atenção pastoral a uma vasta região de Pernambuco, Alagoas e Bahia. Ali teve um destacado trabalho social, além de professor de formador de diversas gerações no Colégio Nossa Senhora da Saúde. Por alguns anos, foi professor de teologia no Instituto Franciscano, em Recife.
Na década de 1970, se notabilizou pela luta ao lado das famílias despejadas para a construção de usinas hidrelétricas. Também era muito conhecido pela sua cosmovisão multidisciplinar e progressista, e sua autodidaxia em teologia, bíblia, espiritualidade e pastoral. Isso valeu-lhe críticas de algumas autoridades eclesiásticas, mas era muito benquisto pelo povo. Até um mês atrás, continuava estudando como um jovem universitário, assessorando vários grupos e publicando seu pensamento e suas provocações, que ele chamava “Migalhas Evangélicas”, no seu perfil no face book.
Gostava de dizer que ele não era holandês, nem brasileiro, nem pernambucano, mas sertanejo, pois se identificava com a sina e a luta deste povo. Em 2014, decidiu voltar para sua terra natal. Mas, depois de pouco mais de um ano, pedia insistentemente para voltar ao Brasil, ou melhor, ao sertão. “Quero morrer no sertão!”, dizia ele, com voz emocionada.
Retornando ao Brasil, voltou à sua pobre residência em Floresta/PE, onde vivera muitos anos. Uma casinha simples, ao lado da capela dedicada a Sant’Ana, onde vivia sozinho, sem nenhuma pessoa que o servisse, a não ser o cuidado de fiéis da vizinhança. A partir dali desempenhava sua missão de ser presença e de orientação, especialmente da juventude. Manifestações de carinho e comunhão, especialmente durante sua enfermidade, podem ser vistas no seu perfil no face book (https://www.facebook.com/henrique.schuten).
No dia 9 de agosto, o Pe. Henrique foi encontrado desmaiado na sua casa. O bispo e os fiéis logo providenciaram sua remoção para o hospital de Floresta, onde se constou que ele havia sofrido um AVC. Alguns dias depois, foi transferido a Caruaru, para um hospital com mais recursos. Como não teve melhoras significativas, foi removido para Recife, onde foi acompanhado de perto pelos coirmãos, além de alguns amigos/as fiéis de Floresta. Ali veio a falecer às 16h45 do dia 6 de setembro. Seu corpo será transladado para Floresta, como era seu desejo manifesto. Ali será velado na sua amada comunidade de Sant’Ana. Será sepultado em Floresta amanhã, 7 de setembro, à tarde.
Que o Pe. Henrique descanse no sertão que sempre amou, e viva eternamente na Paz d’Aquele a quem serviu e anunciou!
Redação do Blog de Assis Ramalho
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