quinta-feira, julho 23, 2020

Treze freiras de um convento nos EUA morrem de coronavírus


Treze freiras idosas de um mesmo convento católico em Livonia, no Michigan (EUA), morreram de complicações do novo coronavírus, número que corresponde a 22% das moradoras, afirmou Suzanne Wilcox English, porta-voz das Irmãs Felicianas da América do Norte. Doze das 13 mortes aconteceram no período de um mês, entre 10 de abril, Sexta-feira Santa, e 10 de maio - a 13ª foi a óbito em 27 de junho. Outras 17 freiras contraíram a Covid-19, mas se recuperaram.

As freiras, que tinham entre 69 e 99 anos, moravam juntas em três andares do convento e exerciam funções diversas: professora, bibliotecária, acadêmica, organista, enfermeira - uma delas era uma executiva da Secretaria de Estado do Vaticano, de acordo com a Global Sisters Report, uma agência católica de informações. As 13 mortes "podem ser a pior perda de vidas para uma comunidade religiosa desde a pandemia de influenza de 1918", segundo a agência.

"Ouvi pela primeira vez que duas auxiliares haviam contraído o vírus. Não sabemos quem foi e nem queremosa saber", disse a madre superiora do convento de Livonia, Mary Andrew Budinski: "Então, atingiu as irmãs no segundo andar e se espalhou como fogo. Não nos davam números. Mas todo dia diziam: 'outra irmã', 'outra irmã', 'outra irmã'... Foi muito assustador".

Ela chegou a contrair o coronavírus, em meados de abril, e pensou que morreria como suas companheiras, mas conseguiu se recuperar: "Eu estava tão doente que rezava para que o Senhor me levasse, senti muita dor. Eu realmente pensei que ia morrer e me rendi a isso. Disse: 'Deus, se você vai me levar, estou pronta'. Então, acordei na manhã seguinte e ainda estava viva. De alguma forma, melhorei".

Agora, o pior parece ter passado, mas a vida no convento continua limitada. As freiras não puderam assistir aos funerais das que morreram. O número de pessoas que podem frequentar a capela ao mesmo tempo é limitado. No refeitório, só comem duas religiosas em cada mesa, em três turnos diferentes, e elas não podem visitar os quartos das outras.

A comunidade tinha 65 irmãs antes da pandemia. Agora, elas são 52 e temem o dia em que poderão ficar juntas novamente, quando efetivamente verão quantas não estão mais lá. "Sinto calafrios ao pensar nisso", afirmou a irmã Budinski: "A tristeza ainda está por vir, eu acho."

A Global Sisters Report relatou que pelo menos 19 outras freiras morreram de complicações relacionadas à Covid-19 nos EUA. No mundo todo, foram ao menos 61. "Lamentamos (a perda de) cada uma das nossas irmãs e agradecemos muito a todos que mantêm a oração e nos apoiam de várias maneiras", disse a irmã Mary Christopher Moore.

Extra-RJ

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