"Embora as crianças tenham cerca de um terço de probabilidade de contrair o vírus, comparando aos adultos, as escolas dão três vezes mais chances de serem infectados. E assim, tornando as crianças com o mesmo risco de serem infectadas que os adultos. Estima-se que um terço da transmissão da covid ocorre em escolas e escritórios", comentou.
Segundo Gauss, alunos do ensino básico não possuem o mesmo nível de consciência que os estudantes de universidades e, por isso, o risco de contaminação é maior. Por conta da faixa etária dos alunos do ensino básico, não é possível estabelecer um mecanismo efetivo de distanciamento social. As universidades federais e estaduais paulistas não vão voltar esse ano. Então, dói na minha alma saber que alguns governadores estão pensando em voltar as aulas no ensino básico, porque é formado por crianças e adolescentes que não têm o mesmo nível de consciência das pessoas que já estão nas universidades. Em casa, as crianças e adolescentes têm menor risco de contrair a covid", continuou.
O professor universitário e estatístico explicou que, mesmo assintomáticas, as crianças podem transmitir o vírus. "Os sintomas não são bons preditores de contágio. Nesses ambientes fechados de sala de aula, o contágio ocorre porque as gotículas geradas pelos infectados permanecem suspensas no ar por algumas horas. Claro que, a imensa maioria das crianças, não terá sintomas. Mas com o retorno presencial esse ano, muitos alunos serão infectados e eles irão infectar outros colegas, funcionários e professores", argumentou.
Gauss é um dos especialistas da UFPE que elaboraram um documento, com base nos cenários epidêmicos da covid-19, para alertar a sociedade em geral sobre os riscos da volta às escolas. No documento, os professores e pesquisadores deixaram claro que as escolas do Estado não deveriam mais voltar às atividades em 2020.
Por Jornal do Commercio
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.