sexta-feira, julho 10, 2020

Governo de Pernambuco divulga previsão de data para reabertura de bares e restaurantes

Em tempos sem pandemia: Bar e Balneário Roça de Samyr, em Petrolândia. Foto/arquivo: Assis Ramalho/BlogAR

Os bares e restaurantes localizados no Recife podem abrir as portas a partir do dia 20 de julho, desde que sigam as medidas sanitárias previstas (que serão divulgadas nesta sexta) e com 50% da capacidade máxima dos ambientes. As regras são válidas também para restaurantes em shoppings e praças de alimentação. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (9) pelo secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Bruno Schwambach, em entrevista coletiva no Palácio do Campo das Princesas. O setor está com funcionamento presencial suspenso desde o dia 21 de março, como medida do governo do Estado para conter o avanço do avanço coronavírus.

Pelo cronograma inicial do Plano de Convivência com a covid-19, previsão era de que os bares e restaurantes retornassem na etapa 7. No dia 18 de junho, o governo anunciou que a reabertura passaria a integrar a fase 6 do plano, com previsão sem martelo batido para o dia 6 de julho. Mas, com uma demora maior para a liberação da fase 5, a etapa 6 foi empurrada. Desde o início, o governo não determina datas de forma antecipada para cada fase.

O anúncio do governo estadual definindo a data de reabertura dos bares e restaurantes foi feito no mesmo dia em que uma carreata de protesto percorreu as ruas da Zona Norte do Recife até o Palácio do Campo das Princesas. Uma comissão formada por dirigentes locais da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PE) foi recebida no final da manhã na sede governamental pelo secretário-executivo da Casa Civil, Eduardo Figueiredo.

A comissão entregou uma carta dirigida ao governador Paulo Câmara com as reivindicações da categoria. Os empresário alegam o momento de dificuldade que atravessam, com cerca de 50 mil trabalhadores demitidos desde o último mês de abril, cerca de 25% dos estabelecimentos anunciando fechamento definitivo e dificuldade de acesso a linhas de crédito.

Para André Araújo, presidente da Abrasel-PE, o pleito principal da categoria foi atendido porque estava se batalhando por uma data. Mas ele diz que que não foi acordado com os empresários o horário de fechamento dos estabelecimentos. “Nós havíamos pedido o fechamento às 22h, e eles reduziram para 20h. Essas duas horas, pode parecer que não fazem muita diferença, mas inviabilizam 80% dos bares do Recife”, diz André Araújo.
Ele argumenta que os bares do Recife tem uma característica forte que é o happy hour, no final da tarde, e que se estende pela noite. O protocolo final com as determinações de segurança e higiene só será apresentando pelo governo do Estado nesta sexta. “Não entendemos também por que esperar mais um dia para conhecermos como será o protocolo”, indagou.

No dia 30 de junho último, a Abrasel-PE já havia reagido ao adiamento da volta do setor. Na ocasião, a entidade afirmou que a medida do governo de Pernambuco “atinge em cheio um setor que vem sendo duramente penalizado” e pediu revisão da data de reabertura.

O pedido da Abrasel-PE foi apoiado pelo Movimento Pró-Pernambuco (MPP), que reúne 32 entidades empresariais. Na quinta-feira (2), o grupo enviou uma carta ao governador Paulo Câmara e ao secretário de Desenvolvimento de Pernambuco pedindo que fosse feita a retomada das atividades dos bares e restaurantes. No documento, os empresários defenderam que o uso obrigatório da máscara e a implantação de protocolos de higiene pelos setores produtivos são o “melhor caminho para a convivência com o novo coronavírus”. “Importante lembrar que já estamos há um mês com várias atividades de volta às suas operações, e não se verifica o avanço da doença.”

Na última segunda-feira (6), cinquenta cidades da Região Metropolitana do Recife (RMR), Agreste e Zona da Mata haviam avançado para a etapa 5 do plano de reabertura econômica. Nesta fase, foram liberadas as atividades comerciais de vendas de automóveis com 100% do efetivo e os serviços de escritório com 50%.

INTERIOR

Na segunda-feira, a região que engloba os municípios do Agreste, que estavam na fase 2, avançam para a etapa 4. Será permitido o funcionamento das lojas de varejo de rua, os salões de beleza e estética, comércio de veículos, incluindo serviço de aluguel e vistoria, com 50% da carga, construção civil com 100% do efetivo e shoppings centers com atendimento presencial.

As cidades do Sertão pernambucano permanecem nesta mesma fase porque os números dos municípios sugerem essa necessidade.

Protocolo para reabertura

O Jornal do Commercio teve acesso ao protocolo que será divulgado nesta sexta-feira (10) com as orientações que os estabelecimentos precisarão seguir para efetuar a reabertura. Confira:

Distanciamento social

- Proibida a realização de shows. Música ambiente respeitando limitação de 35db;
- Se possível, ampliar número de acessos, com entradas e saídas separadas;
- Distanciamento mínimo de 1,5m entre clientes em mesas diferentes, locais de espera e caixa. Mesas até 10 pessoas;
- Mesas em espaços públicos com autorização do público municipal;
- Avaliar a redução dos trabalhadores na entrega, turnos diferenciados ou zonas separadas de trabalho;
- Evitar reuniões presencias, aglomerações nos intervalos, capacidade máxima em áreas comuns, distribuir e coordenar intervalos entre diferentes setores;
- Reduzir e controlar rigorosamente o acesso de pessoas externas às áreas de produção e manipulação de alimentos, incluindo fornecedores;
- Guichês de atendimento de coleta com anteparos de vidro ou acrílico para proteção;
- Mercadorias para coleta e entrega devem estar em local com controle exclusivo do estabelecimento;

Higiene

- Todos os funcionários de máscaras;
- Clientes sem máscaras só quando estiverem nas mesas ou se alimentando;
- Reforço da limpeza e desinfecção das superfícies mais tocadas e banheiros a cada duas horas;
- Álcool 70% em todos os pontos de entrada e de atendimento;
- Na cozinha, reservar espaço para a higienização dos alimentos de acordo com o Programa Alimento Seguro ou outro protocolo similar;
- Cardápios em material que possibilite a higienização a cada atendimento;
- Priorizar sachês individuais para temperos como sal e pimenta, além de palitos de dente e adoçantes;
- Em caso de existência de bufê, alimentos cobertos por protetores salivares com fechamento frontal e lateral. Em self-service, devem ser entregues luvas de plástico descartáveis no começo da fila, antes do toque nas bandejas e/ou pratos. Talheres em embalagens individuais;
- Limpar e higienizar mesas, cadeiras, superfícies de comer (bandejas) após o uso de cada cliente. Desinfetar com produtos a base de cloro, álcool, fenóis, quaternário de amônia, álcool a 70% líquido ou gel.

Jornal do Commercio

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