O EXTRA apurou que parte do dinheiro entregue pelo investigado estava em um carro estacionado em um endereço da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. O Ministério Público investiga se o montante de R$ 8,5 milhões pertencia a Edmar.
Procurada, a defesa de Edmar informou que a grande quantia em dinheiro apreendida não foi encontrada em nenhum dos endereços do ex-secretário e frisou que o próprio Ministério Público afirmou, em notas oficiais, que o valor foi entregue por outro investigado.
Edmar é acusado de ser chefe de uma organização criminosa que desviou recursos públicos da Secretaria estadual de Saúde em compras durante a pandemia do novo coronavírus.
A quantia apreendida anteontem foi contabilizada na presença do investigado e de seu advogado e, em seguida, o dinheiro foi depositado em uma conta judicial do Banco do Brasil. O valor encontrada na casa de Edmar teve o mesmo destino. As cifras apreendidas na operação foram tão altas que o banco precisou emprestar máquinas de contar cédulas ao MPRJ.
Troca de mensagens
Uma das provas apresentadas pelo Ministério Público contra Edmar é uma mensagem em áudio, pelo WhatsApp, enviada por ele, no dia 15 de março deste ano, a Gabriell Neves, ex-subsecretário estadual de Saúde, também preso acusado de fazer parte do mesmo esquema.
Segundo o MPRJ, na mensagem, Edmar pede que Gabriell crie uma lista secreta à qual só os dois teriam acesso. “Mapeia para mim todos os endereços de depósito de distribuidor de medicamento, distribuidor de material médico e distribuidor de equipamento aqui no Rio”, diz um trecho da transcrição da mensagem, que consta na decisão do juiz Bruno Monteiro Ruliére, da 1ª Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça do Rio, na qual a prisão de Edmar foi decretada.
Ao citá-la, o magistrado apontou que a mensagem reforça os indícios da atuação de Edmar e Gabriell na organização criminosa “instalada na Secretaria de Saúde do Estado do Rio".
Edmar Santos, que é médico e tenente-coronel da Polícia Militar, foi denunciado pelos crimes de peculato — desvio de dinheiro público por funcionário público — e organização criminosa. Somadas, as penas máximas pelos dois delitos podem chegar a 20 anos de prisão. O ex-secretário de Saúde está preso desde a última sexta-feira no Batalhão Especial Prisional da Polícia Militar, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
Edmar Santos deixou o governo de Witzel em maio deste ano, já em meio às denúncias de fraudes na compra de respiradores para pacientes com Covid-19. Para o seu lugar, foi nomeado o médico Fernando Ferry, que também acabou deixando o cargo.
Após prestar depoimento na Delegacia Fazendária, Edmar Santos, que é oficial da Polícia Militar, foi levado para a Unidade Prisional da PM. no bairro do Fonseca em Niterói, onde deu entrada na tarde de sexta-feira.
A assessoria de imprensa da PM informou que as celas da unidade permitem a acomodação de um ou dois presos, sendo permitidos apenas materiais de uso pessoal, tais como roupa de cama, materiais de higiene pessoal e ventiladores. O acesso às áreas externas para banho de sol e atividades esportivas ou laborativas é controlado. A alimentação é fornecida pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).
Extra-RJ
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