Na próxima quinta-feira, 25 de junho, a cidade de Petrolândia, no sertão de Pernambuco, vai chegar ao 100° dia de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Os boletins de acompanhamento da doença no município foram lançados pela Prefeitura a partir de 18 de março, inicialmente com casos suspeitos, descartados após exames. Os primeiros casos confirmados - dois registros - chegaram no boletim de 1º de maio. Um mês depois, em 1º de junho, eram nove casos confirmados e, infelizmente, com um óbito, ocorrido no dia anterior. Mais 20 dias à frente, são 36 casos confirmados e dois óbitos.
O gráfico abaixo mostra o acompanhamento da detecção do novo coronavírus em Petrolândia, no período de 18/03 a 21/06/20. Os dados são dos boletins da Prefeitura de Petrolândia (Arte: Blog de Assis Ramalho)
Com base no boletim divulgado nesse domingo (21/06), os 36 casos confirmados são divididos pela Secretaria Municipal de Saúde da seguinte forma: em internamento (01), em isolamento domiciliar (19), recuperados (14) e óbitos (02). Na mesma data, há 32 casos descartados e 14 suspeitos.
Desde a última segunda-feira (15/06), o município entrou na fase de flexibilização das medidas restritivas, permitida por decreto estadual. Petrolândia não está entre os municípios com números super elevados de casos e, basicamente, foi permitida na cidade a abertura oficial do comércio, inclusive de rua, e salões de beleza.
Hoje, 22/06, mais uma etapa da flexibilização será promovida no Estado. Novas atividades poderão ser retomadas, entre elas a abertura de templos religiosos, que voltam a receber os fiéis, mas com ocupação limitada a 30% da capacidade.
Restaurantes e lanchonetes ainda não estão autorizados a receber clientes em Pernambuco. O atendimento deve ser somente como drive-thru ou delivery (entrega do pedido no local ou em domicílio). Academias e escolas também permanecem com aulas suspensas.
Como foi visto no Recife, neste final de semana, a população parece confundir flexibilização com "liberou geral". Lá, foi permitido o uso da orla (calçadão), com as medidas de proteção e distanciamento social. Os frequentadores entenderam que foi liberado o uso irrestrito da praia, com direito a banho de mar e tomar sol na areia. No Rio, a situação foi idêntica.
A flexibilização é feita com o compromisso de os estabelecimentos cumprirem os protocolos de prevenção ao coronavírus, com disponibilização de meios para higienização e observância ao distanciamento social. As empresas e pessoas autorizadas devem, entre outras medidas, fiscalizar o uso da máscara por funcionários e clientes, e impedir o acesso a quem não usar, com punições para quem descumprir os decretos.
Na última sexta (19), para verificar o funcionamento do Mercado Público de Petrolândia, administrado pela prefeitura, a reportagem do Blog de Assis Ramalho passou pelo local, por volta do meio dia. O Centro Comercial Abel Henrique de Souza funciona durante a semana, mas a sexta é o dia tradicional da feira livre no local.
Entramos pelo acesso da rua dos Corrreios. Nenhuma barreira na entrada, nenhuma orientação ou exigência da higienização das mãos e do uso de máscaras. A não ser pelo fato de a maioria das pessoas usar (adequadamente) máscaras de proteção, enquanto alguns - clientes e vendedores - não usavam ou usavam de forma incorreta, nada mais dentro do Mercado Público lembrava que o município enfrenta a doença. Usar máscara é fácil, difícil mesmo é o distanciamento social. Esse não encontramos, apesar de o horário já ser de encerramento da feira e haver algum espaço para as pessoas se manterem afastadas.
Enquanto (a maioria d)os estabelecimentos privados em Petrolândia faz o possível para atender às exigências de funcionamento, com medidas para evitar a proliferação do novo coronavírus, os espaços da administração pública deveriam, no mínimo, servir de exemplo. Não custa lembrar que, no primeiro epicentro registrado, o coronavírus começou a se espalhar através da aglomeração de um mercado público.
Depois de atravessar o Mercado Público, fomos observar o comércio lojista, já adaptado às normas, e os ambulantes. No comércio de rua, assim como no Mercado Público, muitas pessoas sem máscaras, quase todas em aglomerações. Mas, o sinal de que na falta de fiscalização nem tudo está perdido quando há conscientização, foi sentir. desde longe, o cheiro de álcool gel, em uso por um ambulante que tinha sua mercadoria criativamente exposta no porta-malas do automóvel, estacionado em frente à Secretaria de Saúde.
Apesar da flexibilização, as recomendações ainda são: se puder, fique em casa. Se não puder, use máscara e higienize as mãos com frequência.
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Redação do Blog de Assis Ramalho
Fotos/ruas da cidade: Assis Ramalho/BlogAR
Foto: Vista aérea da cidade: Dufilmes
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