Um sargento da Polícia Militar matou a esposa e tirou a própria vida, em Ceilândia (DF). A tragédia aconteceu ontem e chocou familiares, amigos e conhecidos do casal, que deixa dois filhos. A vítima do feminicídio, Adriana Valéria Alves de Oliveira, 46 anos, era cirurgiã dentista e tinha marcado de se encontrar com o irmão na manhã de sábado. Ele estranhou a ausência e foi até a casa dela, na QNM 3. Como tinha a chave da residência, entrou e se deparou com os dois mortos no quarto, a mulher na cama e o homem estirado no chão. O Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram até o local, mas não foi possível prestar socorros. A Polícia Civil realizou perícia e encontrou uma pistola Taurus calibre 40.
A corporação colheu, ainda, depoimentos de vizinhos para auxiliar na investigação, que relataram um possível quadro de depressão do policial Ricardo dos Santos Beserra, 42. Pessoas que moram na região disseram que ouviram barulhos de tiros pela madrugada. “Acho que ouvi uns dois ou três disparos, por volta das 3h da manhã, mas não sabia dizer se eram tiros mesmo ou outra coisa. Quando amanheceu e a polícia apareceu, liguei as coisas”, disse uma vizinha, que não quis se identificar. Os dois estavam casados havia quase 10 anos e tiveram filhos de 9 e 4 anos, enquanto Ricardo tinha ainda filhos frutos de outro relacionamento. Conhecidos disseram que eles haviam passado por um processo de separação, mas voltaram atrás.
O sargento era lotado no Departamento de Logística e Finanças e trabalhava no Setor Policial Sul. Segundo fontes ouvidas pelo Correio, ele foi afastado da PM em 2015 por problemas psicológicos. Nas redes sociais, amigos desejavam força nas publicações de Ricardo daquele período: “Deus está no controle, vai da tudo certo.” Vizinhos disseram que ele e a esposa formavam um casal aparentemente tranquilo e que não lembram de brigas.
Adriana Valéria trabalhava em um consultório em Ceilândia, próximo de casa, e era conhecida pelo esforço profissional, como contou Leide Alves, 45. “Foram sete anos que trabalhamos juntas. Nesse tempo, vi uma mulher batalhadora, honesta, íntegra e de família. Tudo na vida dela era o esposo e as filhas. Quando conversávamos da relação dela, a Adriana o elogiava, dizia que era feliz com ele”, comentou. A colega ressalta que a vítima de feminicídio começou a carreira com pouco e conseguiu alcançar respeito e admiração de todos. “No início, ela atendia em uma salinha pequena, depois foi ganhando espaço e chegou a ocupar um andar todo do prédio, com muito suor. Mas a depressão que tomou o marido é uma doença que não escolhe quem atingir e provoca consequências graves”, avalia.
Investigação
O feminicídio é investigado pela 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Norte). Testemunhas disseram que quatro crianças estavam na casa no momento do crime. Nenhuma delas foi ferida e todas vão receber apoio psicológico. A reportagem solicitou à PM informações sobre o afastamento do sargento e questionou quais suportes foram prestados pela corporação para auxiliar durante o quadro de depressão do servidor, mas o Centro de Comunicação da PM respondeu que “ainda não possui informações a respeito” e dará mais detalhes “assim que possível”. “A PMDF reitera que lamenta profundamente o ocorrido, e que prestará total apoio aos familiares”, finalizou, em nota.
O mais decente levantamento da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) registra que cinco mulheres foram mortas por razão de gênero neste ano.
A corporação colheu, ainda, depoimentos de vizinhos para auxiliar na investigação, que relataram um possível quadro de depressão do policial Ricardo dos Santos Beserra, 42. Pessoas que moram na região disseram que ouviram barulhos de tiros pela madrugada. “Acho que ouvi uns dois ou três disparos, por volta das 3h da manhã, mas não sabia dizer se eram tiros mesmo ou outra coisa. Quando amanheceu e a polícia apareceu, liguei as coisas”, disse uma vizinha, que não quis se identificar. Os dois estavam casados havia quase 10 anos e tiveram filhos de 9 e 4 anos, enquanto Ricardo tinha ainda filhos frutos de outro relacionamento. Conhecidos disseram que eles haviam passado por um processo de separação, mas voltaram atrás.
O sargento era lotado no Departamento de Logística e Finanças e trabalhava no Setor Policial Sul. Segundo fontes ouvidas pelo Correio, ele foi afastado da PM em 2015 por problemas psicológicos. Nas redes sociais, amigos desejavam força nas publicações de Ricardo daquele período: “Deus está no controle, vai da tudo certo.” Vizinhos disseram que ele e a esposa formavam um casal aparentemente tranquilo e que não lembram de brigas.
Adriana Valéria trabalhava em um consultório em Ceilândia, próximo de casa, e era conhecida pelo esforço profissional, como contou Leide Alves, 45. “Foram sete anos que trabalhamos juntas. Nesse tempo, vi uma mulher batalhadora, honesta, íntegra e de família. Tudo na vida dela era o esposo e as filhas. Quando conversávamos da relação dela, a Adriana o elogiava, dizia que era feliz com ele”, comentou. A colega ressalta que a vítima de feminicídio começou a carreira com pouco e conseguiu alcançar respeito e admiração de todos. “No início, ela atendia em uma salinha pequena, depois foi ganhando espaço e chegou a ocupar um andar todo do prédio, com muito suor. Mas a depressão que tomou o marido é uma doença que não escolhe quem atingir e provoca consequências graves”, avalia.
Investigação
O feminicídio é investigado pela 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Norte). Testemunhas disseram que quatro crianças estavam na casa no momento do crime. Nenhuma delas foi ferida e todas vão receber apoio psicológico. A reportagem solicitou à PM informações sobre o afastamento do sargento e questionou quais suportes foram prestados pela corporação para auxiliar durante o quadro de depressão do servidor, mas o Centro de Comunicação da PM respondeu que “ainda não possui informações a respeito” e dará mais detalhes “assim que possível”. “A PMDF reitera que lamenta profundamente o ocorrido, e que prestará total apoio aos familiares”, finalizou, em nota.
O mais decente levantamento da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) registra que cinco mulheres foram mortas por razão de gênero neste ano.
Por Correio Braziliense
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