Ontem (09/05), o Brasil chegou à triste marca de 10 mil mortes atribuídas à Covid-19 e 155.939 casos confirmados. Hoje, o Ministério da Saúde divulgou novo balanço dos casos de novo coronavírus no país: 11.123 mortes e 162.699 pessoas infectadas até agora. A tendência ainda é de alta nos novos casos. Em Petrolândia, no Sertão de Pernambuco, a Secretaria Municipal de Saúde divulgou a confirmação do 3º caso de Covid-19 na cidade. Os dois primeiros casos foram registrados no boletim de 1º de maio.
As primeiras medidas restritivas de enfrentamento ao novo coronavírus no município foram decretadas pelo Governo do Pernambuco e pela Prefeitura no último decêndio de março, com o fechamento de estabelecimentos comerciais e serviços considerados não essenciais. As empresas e serviços autorizados a permanecer em funcionamento receberam orientações de reforço na higiene - com álcool gel ou pia com água e sabão, para uso de atendentes e clientes - e para evitar as aglomerações. No final de abril, começou a vigorar o uso obrigatório de máscara de proteção por atendentes e clientes, em Petrolândia.
"Para evitar a infecção pelo coronavírus, é fundamental que a população fique em casa e atenda a determinação do Estado quanto ao isolamento social e todas as medidas restritivas", enfatiza a Secretaria Municipal de Saúde. no texto do boletim de ontem. As recomendações do Estado e Município, entretanto, ainda não foram muito assimiladas por representativa parcela dos petrolandenses.
Em meados de abril, o isolamento social foi estimado em pouco mais de 50%, mas, para ser eficaz, 70% da população deve ficar em casa. Vale lembrar que a calçada da casa não é "a casa", é área de passeio público. Aliás, os passeios (sair de casa por lazer e não por necessidade), em áreas públicas, continuam com seus adeptos solitários ou, pior, em grupos e famílias. Não é raro encontrar pai, mãe, filho(s) ou avó, mãe, tia(s), neto(s), nos estabelecimentos comerciais autorizados a funcionar ou nas ruas. Jovens ainda saem para "curtir" ou para praticar esportes e, quase sempre, sem máscaras de proteção.
Nossa reportagem já presenciou a tensão constante de comerciantes e empregados dos estabelecimentos que se preocupam em cumprir as normas sanitárias. Com qualquer desculpa ou sem nenhuma justificativa, alguns clientes ignoram ou se recusam a cumprir as regras decretadas: usar álcool gel para higienizar as mãos, não consumir bebidas e alimentos no local e nos arredores e, principalmente, só entrar no estabelecimento com máscara de proteção.
Outro fato curioso, ou perigoso, é verificar a quantidade de pais, mães e responsáveis que saem às ruas com crianças de colo, no braço ou no carrinho, e vão a locais de grande frequência, como lotérica, bancos e supermercados. As crianças, geralmente, não usam nenhuma proteção, mesmo quando o adulto usa. Sabe-se que recém-nascidos e crianças não são imunes à Covid-19, mas, assim parece que pensam os responsáveis.
O "distanciamento social" necessário para evitar aglomerações é outra recomendação que até agora não pegou na cidade. Não por falta de atitude da quase totalidade dos estabelecimentos, mas por falta de observância dos frequentadores, pois, quando um não quer, dois não se distanciam nos corredores ou na fila do caixa do supermercado. A pessoa da frente dá um passo à frente, para tentar manter a distância mínima de 1 metro, e a(s) de trás avança(m) também, automaticamente. Nas ruas, em calçadas, praças e onde possam circular, sentar ou "parar para conversar", as pessoas continuam a trocar calor humano, separadas a menos de 50 cm.
Na semana passada, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou estudo no qual alerta que, depois das capitais e grandes cidades, a disseminação do novo coronavírus começou a crescer nas localidades menores. Segundo a Fiocruz, 50% dos novos casos da semana passada foram detectados em cidades de até 20 mil habitantes, não muito menores do que Petrolândia, município que possuía 36 548 habitantes em 2019, segundo estimativa do IBGE. Em tempos de pandemia, para o bem da coletividade, convém resistir ao egocentrismo e à força dos hábitos.
Redação do Blog de Assis Ramalho
Redação do Blog de Assis Ramalho
Concordo grande Assis. Precisamos de força das autoridades para que s pessoas possam cumprir as medidas restritivas com multas se for o caso. Tudo isso em prol de um bem maior.
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