quinta-feira, maio 28, 2020

Boletim desta quinta [28/05]: Pernambuco confirma mais 794 casos de pessoas infectadas pela covid-19 e 98 mortes nas últimas 24 horas


Os números de pessoas infectadas e mortes em decorrência da pandemia do novo coronavírus continuam crescendo em Pernambuco. De acordo com boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) nesta quinta-feira (28), foram confirmados mais 794 casos de pessoas infectadas pela covid-19 e 98 mortes nas últimas 24 horas. Agora, Pernambuco contabiliza 30.713 casos de coronavírus e 2.566 óbitos em virtude da doença.

Dos novos casos, 268 se enquadram como síndrome respiratória aguda grave (srag), condição caracterizada por quadros mais severos da doença, que exigem internamento. Outros 526 casos são leves. Já com relação ao número total de casos, 13.354 são graves e 17.359 leves.

Os detalhes epidemiológicos serão repassados ao longo do dia pela SES-PE.
Estudo revela maior aceleração no Norte e Nordeste

Um estudo comparativo da Fiocruz Pernambuco reforça as percepções de especialistas mundo afora: há um maior crescimento das taxas de incidência (detecção) de covid-19 em Estados do Norte e Nordeste, quando comparadas num primeiro período (até meados de abril) com o acumulado até meados de maio. Além disso, a aceleração dessas taxas nesses locais foi muito acima do resto do País.

A análise foi elaborada pelo pesquisador, estatístico e epidemiologista Wayner Vieira, a partir de dados disponíveis na plataforma Covid-19 no mundo, no Brasil e em Pernambuco, da Secretaria de Planejamento e Gestão de Pernambuco (Seplag). Estados das regiões Norte e Nordeste, incluindo Pernambuco, tiveram crescimento dessa taxa de casos por milhão de habitantes, aumentando mais que a média brasileira. Em dois deles, o aumento foi de quase 50 vezes em maio: Tocantins (49,8) e Sergipe (47,8). As taxas de Alagoas, Pará e Paraíba cresceram mais de 20 vezes, enquanto Roraima, Piauí, Acre, Maranhão, Amazonas e Amapá cresceram mais de 10 vezes; Bahia, Roraima, Ceará e Pernambuco viram a taxa ser multiplicada por 9.

Todos tiveram índice maior do que o nacional. A média do crescimento no Brasil foi de 7 vezes, o que já é considerado alto pelos especialistas. O Rio Grande do Norte foi o único Estado do Nordeste abaixo desse número, com 6,6.

A análise de Wayner retrata um deslocamento da maior incidência da covid-19 entre os Estados brasileiros e sinaliza para uma possível influência, nessa trajetória, das iniquidades sociais e da vulnerabilidade das condições de vida nas áreas mais pobres do Brasil. “Esse crescimento acelerado no Norte e no Nordeste não pode ser explicado tão somente por questões de momento. Existe uma lacuna de desenvolvimento nesses Estados, o que é refletida, por exemplo, pelo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)”, explica Wayner, que integra o departamento de Saúde Coletiva da Fiocruz Pernambuco. “Os Estados onde as taxas mais aumentaram são os mais pobres. Com a interiorização da covid-19 que está acontecendo, essa situação tende a ser observada com mais intensidade”, acredita o pesquisador.

Ele acrescenta que a pandemia atingiu o País, no primeiro momento, em áreas socioeconomicamente menos vulneráveis, com a covid-19 sendo trazida pelos viajantes que circularam pela China, Europa e, posteriormente, América do Norte para o eixo Rio-São Paulo, Distrito Federal, distrito industrial de Manaus, Fortaleza e Recife.

Segundo o Ministério da Saúde, nas últimas 24 horas dessa quarta-feira (27), foram confirmados 20.599 novos diagnósticos de covid-19 no Brasil. O número de novos óbitos teve elevação de 1.086 falecimentos. No total, o país soma, desde o início da pandemia, 411.821 casos e 25.598 vidas perdidas.

Por Bruna Oliveira Cynthia Leite
Jornal do Commercio

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