Decisão foi tomada nesta sexta, após ministro Sergio Moro pedir demissão e afirmar que Jair Bolsonaro queria interferir na Polícia Federal; em pronunciamento, presidente negou intenção (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou, nesta sexta-feira (24), que o comando da Polícia Federal mantenha no posto os delegados que trabalham em duas frentes de investigação na Corte.
Uma delas apura ofensas, ameaças e "fake news" contra ministros do Supremo, e a outra envolve a organização e financiamento de atos com pautas antidemocráticas.
Moraes é relator dos dois casos, e responsável por coordenar as investigações junto à Polícia Federal. A decisão foi tomada horas após o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, pedir demissão do cargo e apontar supostas tentativas de interferência do presidente Jair Bolsonaro no trabalho da PF.
No pronunciamento, Moro disse que Bolsonaro admitiu que a mudança na diretoria-geral da PF – oficializada nesta sexta e estopim para a demissão do ministro – tinha como objetivo nomear alguém que passasse informações de inquéritos à Presidência da República.
Segundo Moro, Bolsonaro disse que tinha preocupação com essas investigações em curso no Supremo. "Também não é uma razão que justifique a substituição, é até algo que gera uma grande preocupação", disse Moro.
Em pronunciamento no fim da tarde, no Palácio do Planalto, Bolsonaro negou as afirmações de Sergio Moro e disse que jamais agiria para interferir em investigações. "Nunca pedi para ele para que a PF me blindasse onde quer que fosse", disse.
G1
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