Segundo tenente Ermando Armelindo Piveta durante 2ª Guerra Mundial — Foto: Arquivo pessoal 2º tenente Ermando Armelindo Piveta (terceiro da esquerda para direita), durante 2ª Guerra Mundial — Foto: Arquivo Pessoal
O idoso foi segundo tenente da Força Expedicionária Brasileira e chegou a atuar na 2ª Guerra Mundial. No ano passado, foi reconhecido com a Medalha da Vitória, concedida pelo Ministério da Defesa a combatentes que atuaram no conflito.
Segundo familiares, ainda falta um último exame para confirmar que Ermando não está mais infectado com o novo coronavírus. Mas os médicos afirmam que ele já está recuperado.
"Agora é ele continuar se recuperando em casa. E a gente continuar vivendo com ele, que é um camarada muito bacana, e continuar tocando a vida. Espero que esse coronavírus passe logo e a gente volte a ter paz no nosso país", afirmou a filha do veterano, Vivian Piveta, após a alta do pai.
Segundo o diretor-técnico do HFA, almirante Nestor Francisco Miranda Júnior, o quadro inicial do paciente deixou os médicos inquietos, principalmente por conta da idade. Ele estava sendo acompanhado à distância, mas após sentir cansaço e tosse, precisou ficar internado no hospital.
"Foi bastante preocupante. Uma pessoa de 99 anos, internada com uma doença que a gente olha nos noticiários e a mortalidade aumenta cada dia, nos preocupou muito", afirma.
Segundo o médico, Ermando foi internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI), mas não precisou da ajuda de aparelhos para respirar. O almirante afirma que o paciente tem um "organismo muito forte", mas que vários fatores podem ter ajudado na recuperação.
Pode ter sido por vários fatores, constitucionais, familiares. Pode ter influenciado o fato de ele ter sido militar, ter ido pra uma guerra, então tem um outro tipo de condicionamento. Fica muito difícil para a gente afirmar qual é o [fator] mais preponderante."
Atuação na 2ª Guerra
Segundo as Forças Armadas, durante a 2ª Guerra Mundial, Ermando partiu de Itu, em São Paulo, e foi até Dakar, a bordo do navio Almirante Alexandrino. No retorno, atuou nas ações de guarda da costa brasileira em cidades como Fernando de Noronha, Natal e Recife.
A alta do ex-combatente ocorre na data em que se comemoram 75 anos da “Tomada de Montese”, quando militares brasileiros ocuparam a cidade italiana e ajudaram a desmantelar as linhas de defesa alemãs, já próximo ao fim da guerra.
"Destaca-se a competência profissional dos médicos e enfermeiros daquele hospital [HFA] no combate à Covid-19, conseguindo a cura de um herói brasileiro", afirma o Ministério da Defesa, em nota.
Por Brenda Ortiz, G1 DF
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