A China é o país mais populoso do mundo, com cerca de 1 bilhão e meio de habitantes, enquanto o Brasil é o sexto, com população estimada em aproximadamente 210 milhões de pessoas
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na noite desta terça-feira (28/4), em frente ao Palácio da Alvorada, que não faz "milagres" e deu a entender que não pode fazer nada em relação ao alto número de mortos por Covid-19 no Brasil, cujo total de óbitos pela doença ultrapassou, oficialmente, o da China.
"E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", disse o presidente depois de ser questionado sobre os números.
Pouco antes, o Ministério da Saúde confirmou mais 474 vítimas do novo coronavírus. Com esses novos números, o total de óbitos no Brasil chegou a 5.017. De acordo com a OMS, a China, país onde a pandemia começou, soma 4.643 mortes pelo vírus.
Bolsonaro disse ainda que quem apresenta os números sobre a pandemia no país é o ministro da Saúde, Nelson Teich. "O ministro que apresenta. Ele pegou o ministério andando. As mortes de hoje, a princípio, essas pessoas foram infectadas há duas semanas. A princípio. É o que eu digo para vocês: O vírus vai atingir 70% da população. Infelizmente é uma realidade."
As 474 mortes registradas nas últimas 24 horas no país não ocorreram todas de segunda para terça-feira, explicou o Ministério da Saúde. O total inclui exames cujos resultados eram aguardados havia alguns dias. O ministro Teich, porém, confirmou que o aumento de mortes representa uma tendência.
"Alguém ao vivo aí?"
Depois de perguntar se a entrevista estava sendo transmitida ao vivo, Bolsonaro baixou o tom. “Alguém está ao vivo aí, por acaso? Todo mundo? Meu Brasil, aquele abraço. A gente lamenta a situação que nós estamos atravessando com o vírus. Nos solidarizamos com as famílias que perderam seus entes queridos que em grande parte eram pessoas idosas, tá ok? Mas é a vida. Amanhã vou eu. Logicamente que a gente quer, se um dia morrer, ter uma morte digna né e deixar uma boa história pra trás. O que eu mais quero é com a graça de Deus entregar o Brasil muito melhor do que eu recebi pra quem vier me suceder. Deus está conosco. Eu acredito em Deus, tenho fé. Respeito quem não tem a religião e esse é o Brasil: livre. O que eu mais quero é a liberdade e a democracia em meu país. Agora dói no coração quando tem um fake news ai em cima da gente”.
O presidente se mostrou preocupado com a situação da economia e com o desemprego e afirmou ter conversado com um grupo de empresários sobre o assunto. “Temos o problema aí do desemprego, bastante grave. Hoje fiz uma videoconferência com mais de 200 empresários do Rio de Janeiro como eu tive na semana retrasada com o pessoal da Fiesp. E preparar para a retomada. O problema está aí, a gente sabe que viria o problema mas vamos proteger da chuva os mais fracos, os mais idoso para não virar uma 'pneumonia', ilustrou.
Ainda nesta terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mencionou um "grande surto" de coronavírus no Brasil e sugeriu a restrição de voos entre os dois países.
E daí?
É a segunda vez em dois dias que Bolsonaro responde a uma cobrança com a pergunta "e daí?". No domingo, respondeu da mesma forma a uma internauta que ressaltou o fato de o novo-diretor geral da Polícia Federal, Alexandre Ramagem, ser amigo dos filhos do presidente.
Correio Braziliense
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