O presidente Jair Bolsonaro convidou o oncologista Nelson Teich para assumir o Ministério da Saúde. Os dois tiveram uma audiência pela manhã. De acordo com duas fontes ouvidas pelo GLOBO, o médico já aceitou o convite e deve ser anunciado ainda nesta quarta-feira. Luiz Henrique Mandetta anunciou em uma rede social sua demissão, que deve ser publicada em edição extra do Diário Oficial da União nesta quinta-feira. Segundo integrantes do governo, a posse do oncologista está prevista para semana que vem.
A informação do convite também foi confirmada ao GLOBO pelo presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Lincoln Lopes Ferreira.
- Ele aceitou e a AMB está dando apoio a ele - disse.
Inicialmente, o oncologista havia pedido um tempo para pensar e consultar familiares. Pouco tempo depois, Teich avisou que aceitava o convite de Bolsonaro. A expectativa terá uma nova reunião ainda na tarde desta quinta-feira no Palácio do Planalto.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi chamado pelo presidente, para uma reunião na tarde desta quinta-feira. O próprio Mandetta anunciou mais cedo que esperava ser demitido entre hoje e amanhã, após várias divergências públicas com Bolsonaro na estratégica de enfrentamento à epidemia de covid-19. Segundo o balanço de quarta-feira do Ministério da saúde, o novo coronavírus já infectou 28.320 pessoas no país, matando 1.736.
Em reunião com o presidente mais cedo, o oncologista declarou, segundo participantes, que é "equívoco" saúde e economia não trabalharem juntos no combate do novo coronavírus. O médico também fez sugestões para que o governo comece a divulgar diariamente os dados de pacientes curados de Covid-19, numa tentativa de “acabar com o pânico” e de “dar um ar de esperança” aos infectados.
No encontro, Teich afirmou que “a saúde não vive sem a economia e que a economia não vive sem a saúde” e emendou que é um “equívoco” as duas áreas não trabalharem juntas". Nelson Teich aproveitou a reunião para contar que se formou em economia com especialização em Harvard (EUA). Ele passou a imagem de médico gestor preparado para o cargo.
Durante a reunião, o médico avaliou que o Ministério da Saúde não estaria trabalhando com dados reais sobre o novo coronavírus e propôs uma série de ações para mapear todo o país. Para Teich é preciso, por exemplo, ir a campo, principalmente nas periferias do Brasil, para identificar a população de risco.
O Globo
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