O levantamento identificou três tipos dominantes de polos de irrigação. Com nove polos identificados, o arroz inundado está presente principalmente na região Sul e no sudoeste de Tocantins. Outros 14 polos são marcados pelo uso de pivôs centrais principalmente para produção de grãos (soja, milho e feijão, por exemplo) no Cerrado, que é o bioma com maior expansão recente da irrigação e maior potencial de expansão da atividade no Brasil. Os outros três polos são para produção diversificada no Semiárido, onde predomina a irrigação na fruticultura e no plantio de cana-de-açúcar, batata e café com a utilização de diversos métodos.
Dentre os 26 polos identificados, a publicação apresenta uma análise detalhada de seis polos nacionais de irrigação no Brasil com base em imagens geradas a partir de sensores de satélites de modo a abranger a maior diversidade possível de culturas agrícolas irrigadas localizadas em diferentes contextos geográficos. Os seis polos selecionados são os seguintes: Petrolina/Juazeiro, no Semiárido; Oeste Baiano, Alto Paranapanema, Alto Teles Pires e Paracatu/Entre Ribeiros, polos com maior concentração de pivôs centrais no Cerrado; e Médio Jacuí, onde há uma forte produção de arroz inundado no Sul.
No total, foram identificados 550 mil hectares irrigados nos seis polos analisados, além de 118 mil hectares equipados para irrigação e não irrigados nos períodos analisados – totalizando 668 mil hectares. Os resultados mostraram que a metodologia semiautomatizada é uma alternativa tecnológica inovadora que permite explorar ao máximo diversas possibilidades de análise das imagens de sensoriamento remoto, auxiliando no levantamento de informações sobre a dinâmica das culturas agrícolas irrigadas. A identificação de polos e o mapeamento de áreas irrigadas serão expandidos na segunda edição do Atlas Irrigação.
A maior parte das bacias hidrográficas com indicadores de criticidade quantitativa no Brasil tem como maior uso consuntivo (que consome água) a agricultura irrigada com 765,5m³/s ou 66,27% do consumo de água nacional para 2020. A criticidade ocorre devido às altas demandas da irrigação, mas também em regiões com demandas moderadas, mas com baixa disponibilidade hídrica. Com a perspectiva de aumento do uso da água para irrigação em 42% no horizonte 2030, é necessário um esforço crescente de planejamento e gestão dos recursos hídricos.
Por outro lado, a identificação de áreas especiais de gestão e o levantamento de informações mais detalhadas nessas regiões, em especial quanto à oferta e às demandas por água, subsidiam tomadas de decisão para compatibilizar os usos múltiplos da água e a segurança hídrica da atividade produtiva.
A base técnica sobre a agricultura irrigada produzida pela ANA tem subsidiado a implementação tanto da Política Nacional de Recursos Hídricos, pela qual a Agência é diretamente responsável, quanto da Política Nacional de Irrigação (PNI), sob responsabilidade direta do MDR. Além disso, o levantamento pode contribuir para o planejamento setorial conduzido pelo setor privado e para as políticas públicas setoriais sob responsabilidade do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e de outros agentes do setor público nas diferentes esferas federativas.
Essa base técnica que permanece em constante atualização, da qual o estudo Polos Nacionais de Agricultura Irrigada faz parte, será consolidada na segunda edição do Atlas Irrigação, prevista para 2020. Por ser um importante subsídio tanto ao Plano Nacional de Recursos Hídricos quanto ao Plano Nacional de Irrigação, o Atlas Irrigação abrirá mais uma oportunidade de integração entre as respectivas políticas e sua implementação.
Assessoria de Comunicação Social (ASCOM)
Agência Nacional de Águas (ANA)
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