O presidente norte-americano Donald Trump disse na noite deste sábado (4) no Twitter que tem na mira 52 alvos no Irã, "alguns deles de alto nível e de grande importância" para o país, e que não hesitará em atacá-los caso os iranianos atinjam algum americano em vingança pela morte do general Qassem Soleimani.
"Que sirva de alerta de que se o Irã atacar quaisquer americanos ou instalações americanas, nós temos 52 locais iranianos como alvo (representando 52 reféns americanos feitos pelo Irã muitos anos atrás), alguns deles de alto nível e grande importância para o Irã e para a cultura iraniana, e esses alvos, e o próprio Irã serão atingidos muito rápido e com muita força. Os Estados Unidos não querem mais ameaças!", escreveu.
Na postagem, o presidente norte-americano classificou como audaciosas as ameaças feitas pelo Irã de vingar a morte de Soleimani e classificou o general como "líder terrorista". Ele comandava uma unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã e era considerado a segunda pessoa mais importante do país.
Trump acusou o militar de há pouco matar um americano e de ferir muitos outros, "sem mencionar todas as pessoas que ele matou durante sua vida, incluindo recentemente centenas de manifestantes iranianos".
"O Irã não tem sido outra coisa senão problema", afirmou no tuíte.
Já na madrugada deste domingo (5), o presidente voltou a postar sobre o assunto em sua rede social. Trump elevou o tom, reafirmando que se os EUA forem atacados irão revidar.
"Eles nos atacaram e revidamos. Se eles atacarem novamente, o que eu recomendo fortemente que não façam, nós os atingiremos com mais força do que nunca"
Em outro post, Trump enalteceu o poderio militar e o investimento de US$ 2 trilhões do país em equipamentos no setor e reafirmou que não hesitará em usá-los contra o Irã caso uma base ou qualquer americano seja atacado.
Qassem Soleimani foi morto na última quinta-feira (2) após um ataque aéreo com drones em Bagdá, capital do Iraque. Neste sábado, dezenas de milhares de iraquianos acompanharam seu funeral.
Ao todo, a cerimônia terá duração de 4 dias. O corpo saiu de Kadhimiya, um distrito xiita de Bagdá, e passou pelas cidades de Karbala e Narjaf. No domingo (5), chegou ao Irã. Na segunda-feira (6) o cortejo seguirá para Teerã e, na terça-feira (7), chegará a Kerman, cidade natal do general, onde será realizado o enterro.
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Líderes mundiais tentam aplacar tensão
A morte do general escalou as tensões no Oriente Médio e líderes de várias partes do mundo se manifestaram para tentar evitar novos ataques na região.
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O presidente francês, Emmanuel Macron, se reuniu com o presidente iraquiano, Barham Salih, neste sábado. Eles se comprometeram a permanecer em contato para garantir a estabilidade no Iraque.
Macron também diz ter conversado com outros líderes mundiais sobre a situação:
"A escalada de tensões no Oriente Médio não é inevitável. A França tem duas prioridades que eu compartilho com todos os líderes envolvidos com os quais entro em contato: a soberania e segurança do Iraque, bem como a estabilidade da região; a luta contra o ISIS e o terrorismo. Nada deve nos distrair desses objetivos", escreveu Macron no Twitter.
Barham Salih já tinha condenado na sexta-feira (3) o ataque e pedido moderação de todas as partes.
O ministro das relações exteriores da Alemanha, Heiko Maas, disse neste sábado ao jornal "Bild am Sonntag" que vai tentar conversar com o governo do Irã e outros parceiros na região para evitar o aumento da violência.
"Todos temos que estar conscientes de que qualquer provocação pode levar a uma espiral de violência incontrolável, com consequências imprevisíveis para toda a região e também para a segurança da Europa", disse Heiko Maas.
Por G1
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