quinta-feira, dezembro 12, 2019

Polícia Civil conclui que mineira morta na Bahia foi vítima de feminicídio; suspeito é preso

Larissa Silva França, de 29 anos, estava desaparecida desde 2 de setembro

A Polícia Civil da Bahia prendeu Pedro Iago Nunes Yanez, suspeito de matar a jovem mineira Larissa Silva de França, ex-namorada dele. Segundo as investigações, o homem cometeu feminicídio por não aceitar o fim do relacionamento. Natural de Montes Claros, no Norte de Minas, Larissa foi vítima de um crime brutal, ocorrido na região de Vitória da Conquista, sudoeste baiano, no início de setembro deste ano e teve grande repercussão. O corpo foi esquartejado e parcialmente carbonizado, sendo encontrado em estado de decomposição.

A jovem desapareceu depois de ter deixado um hotel em Vitória da Conquista, em 2 de setembro, em companhia do ex-namorado. Ela alegou que viajaria para visitar parentes em Montes Claros e não apareceu na casa da família, que passou a procurá-la. No dia 5 de setembro, o corpo foi encontrado, na beira de uma estrada vicinal, perto da comunidade de Lucaia, na zona rural de Planalto, a 70 quilômetros de Vitória da Conquista.

O corpo estava sem as pernas, sem um braço e sem um antebraço, apresentando marcas de várias facadas. Devido ao estado de decomposição, o reconhecimento só foi possível por meio de exame da arcada dentária, com a colaboração da família, que se deslocou até o Sudoeste da Bahia. Larissa foi sepultada em Montes Claros, no dia 17 de setembro.

No início, a morte da jovem foi cercada de mistério. No entanto,conforme revelou o Estado De Minas, houve indícios de que ela foi vítima de feminicídio.
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Larissa França tornou-se conhecida em Montes Claros por gravar vídeos exibidos em alguns sites na internet. Ela também já fez apresentações em uma casa noturna da cidade. Há algum tempo, passou a morar na Bahia

De acordo com o delegado de Planalto, Marcelo Cavalcanti, Larissa França estava atuando como “garota de programa” em Vitória da Conquista, onde Pedro Iago, que se apaixonou pela jovem mineira, com quem iniciou um namoro. Segundo o delegado, logo depois do início do relacionamento, o homem pediu que Larissa abandonasse sua atividade procurasse fazer “outra profissão”. “Levantamos informações de que ela diminuiu os “atendimentos”. "Antes fazia de sete a oito programas por dia e passou a fazer de três a quatro programas por dia. Mas, a renda diminuiu também”, informou Cavalcanti, acrescentando que, em depoimento, a mãe da jovem declarou que tinha conhecimento do “trabalho” da filha e que aceitava a condição “como qualquer outra profissão”. Ele informou ainda que foi apurado que Larissa anunciou o fim do relacionamento, o que não foi aceito por Pedro Iago.

De acordo com as investigações, na noite de 2 de setembro, Larissa França deixou o hotel em Vitória da Conquista, em companhia de Pedro Iago. Horas depois, o homem retornou ao hotel sozinho, tentando acesso ao quarto de Larissa. Porém, foi impedido pelos funcionários do estabelecimento.

O suspeito foi prestou depoimento na delegacia de Planalto, onde foi ouvido pelo delegado Sérgio Fabiano (ex-titular da comarca), e negou envolvimento na morte da ex-namorada. No entanto, segundo o delegado Marcelo Cavalcanti, o homem deu “versões contraditórias e infundadas sobre o seu relacionamento com Larissa” e falso álibi sobre onde se encontrava por ocasião do crime. A Polícia Civil da Bahia informou ainda que aprofundou nas investigações, que apontaram Pedro é o principal suspeito da morte da jovem de Montes Claros, “motivado por ciúmes, em razão de Larissa ter terminado o relacionamento”. Por isso, foi requerida e decretada a prisão preventiva do suspeito, detido na terça-feira (10).

Por Estado de Minas

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