Jonas Toró - Jogador de Belém do São Francisco-PE brilha no tricolor do Morumbi
Jonas Toró ao lado do companheiro Alexandre Pato
Jonas Toró em atuação contra o Botafogo, no Morumbi
Jonas Toró durante entrevista coletiva na Seleção Brasileira
No bate-papo, no intervalo do jogo beneficente - Toró fala da temporada no São Paulo, da sua carreira, o que pensa do futuro e diz que Daniel Alves tem sido um grande companheiro.
´' Pra mim (Daniel Alves) é um cara que me ajuda bastante, me dá conselhos, conversa comigo e isso eu só levo de aprendizado com ele.''
Com contrato assinado com o São Paulo até dezembro de 2022, Jonas Toró se apresenta ao tricolor do Morumbi no dia 11 de janeiro de 2020..
Confira o bate-papo no vídeo abaixo, e saiba a história do atacante Jonas Toró
A ascensão meteórica, porém, não foi nenhuma novidade para o garoto de Belém do São Francisco, cidade aproximadamente de 20 mil habitantes no interior de Pernambuco. Quando ainda era apenas Jonas Gabriel da Silva Nunes, decidiu deixar a vida pacata, aos 17 anos, e embarcou em um caminhão rumo a São Paulo.
A primeira parada foi em Salto, interior de São Paulo, quando defendeu o Comercial e pensou em desistir após ser assaltado. Depois de conversas com o pai, decidiu tentar a sorte no Primavera, de Indaiatuba (SP), e sua carreira como atleta de ponta começou a se tornar uma realidade. Com boas atuações no Campeonato Paulista Sub-17 e na Copinha, foi emprestado ao São Paulo até 2019.
De porte físico forte e veloz, Toró logo se destacou entre os garotos tricolores sub-20 e foi destaque na campanha do título da Copa RS – também foi vice-campeão da Copa São Paulo de 2018. A convocação para a seleção brasileira da categoria foi inevitável e a compra em definitivo pelo São Paulo também. No dia 4 de agosto de 2018, Toró assinou seu primeiro contrato, válido até dezembro de 2022.
As esperanças de Toró em integrar o time profissional do São Paulo em 2019 aumentaram quando anunciaram André Jardine como o novo técnico do Tricolor. No entanto, a convocação do jogador para o Sul-Americano Sub-20 com a seleção brasileira atrasou sua promoção, que ficou ainda mais difícil após a eliminação do clube na Taça Libertadores.
André Jardine deixou o cargo, e Toró quase deixou o São Paulo. Sem espaço na equipe, a diretoria pensou em emprestá-lo à Chapecoense para ganhar rodagem, mas Cuca vetou.
Nascido em Belém de São Francisco, cidade pernambucana localizada a 475 quilômetros de Recife, Toró decidiu voltar para casa depois de chances no Vitória, no Porto, de Caruaru, e no ASA, de Arapiraca. Tudo por causa da saudade dos pais, do irmão e da irmã - ambos mais velhos. "Eu saí [de casa] com 15 anos, para o Vitória. Foi o pior momento para mim, porque nunca tinha saído de casa. Fiquei com saudade, não conhecia muita gente. Foi difícil, mas me deu experiência. Às vezes não há muitas oportunidades. Às vezes é só uma. E quando você perde, fica com aquilo na cabeça: será que vai ter outra?", contou o jovem atleta são-paulino.
A falta de recursos da cidade de Belém do São Francisco e o isolamento em relação às principais cidades do estado, segundo Toró, atrapalhou os planos logo no início da vida de atleta, quando Toró arriscava chutes no futsal, seguindo os passos do pai, que trabalhava como pedreiro e também atuava em times amadores.
"Foram muitas dificuldades no começo, que é normal. Minha infância foi difícil, porque não havia muita oportunidade de jogar. As pessoas acham que é impossível por causa da distância da capital. A cidade é muito pequena, não tinha muita verba, não tem apoio, disse.
No Porto, Toró foi reprovado na avaliação e novamente voltou para a casa dos pais. Àquela altura, as duas chances desperdiçadas já pesavam e geravam dúvidas no adolescente, que se preocupava com a reação das pessoas que dele esperavam voos maiores.
A troca pelo futsal criou um atalho
Meses depois, Toró conseguiu ser aprovado no ASA. Em Arapiraca, o atacante dormia na casa do treinador. Apesar do bom desempenho em campo, dois fatores fizeram o jovem voltar para Belém de São Francisco pela terceira vez: a saudade e a chance de jogar futsal com amigos de infância - mal sabia ele que aquele retorno seria imprescindível para a carreira enfim decolar.
De volta a Pernambuco, Toró conheceu uma pessoa durante os jogos de futsal. Ele a levou para a Aldeia Pankararu, na cidade de Jatobá, onde o atacante são-paulino passou a jogar futebol amador. "Ele me viu e me chamou para fazer uma peneira no campo. Consegui me destacar muito lá. Tinha um olheiro lá que me viu e me trouxe para São Paulo", afirmou.
Ressabiado com as três experiências anteriores, Toró pensou por uma semana e decidiu embarcar rumo à cidade de Salto, no interior paulista, onde passou a defender o Comercial. Um susto, porém, quase atrapalhou os planos novamente.
"Vieram oito jogadores no total. Fomos assaltados no alojamento e sete voltaram. Só eu fiquei. Foi o momento mais difícil da minha vida. Invadiram a casa, roubaram tudo. Mas pensei muito bem e não voltei. Eu estava disposto a correr atrás do que eu queria. A força de vontade prevaleceu", ressaltou Toró.
Sete gols e mais uma chance Com a camisa do Comercial, Toró se destacou em dois jogos contra o Primavera, de Indaiatuba. Foram sete gols marcados e a chance de ser contratado em seguida por um clube com boa estrutura em categorias de base. O desempenho pelo Primavera no Paulista sub-20 de 2016 e na Copa São Paulo de 2017 fez o São Paulo contratá-lo.
Da Redação do Blog de Assis Ramalho
Informação: Bruno Grossi e Diego Salgado
Do UOL, em São Paulo
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