sexta-feira, dezembro 20, 2019
Irritado com pergunta sobre caso Flávio, Bolsonaro manda jornalistas "ficarem quietos"
Ao ser questionado nesta sexta-feira sobre a operação policial que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao senador Flávio Bolsonaro (sem-partido), um de seus filhos, o presidente Jair Bolsonaro mandou os jornalistas ficarem calados e disse que um deles tem “cara de homossexual terrível”.
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A reação foi apoiada por gritos e aplausos de apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.
Exaltado, Bolsonaro ordenou mais de uma vez aos jornalistas: “Fica quieto”. Questionado se o senador Flávio Bolsonaro cometeu algum deslize, o presidente disse a um dos profissionais:
“Você tem uma cara de homossexual terrível, mas nem por isso eu te acuso de ser homossexual. Se bem que não é crime ser homossexual”.
O presidente afirmou ter repassado empréstimo a Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, acusado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de comandar a distribuição de dinheiro exigido dos servidores do gabinete de Flávio. O presidente disse que parte do empréstimo foi pago em um cheque à primeira-dama, Michelle.
Questionado se tinha comprovante do repasse, respondeu: “Pergunta para tua mãe o comprovante que ela deu pro teu pai, tá certo?”.
Bolsonaro disse que não precisava de comprovante porque conhece Queiroz desde 1985. "Nunca tive problema com ele, pescava comigo, andava comigo pelo Rio de Janeiro, tinha que ter um segurança comigo, andava com o meu filho, aí, de repente, se ele fez besteira, responda pelos atos dele".
Nesta sexta, o presidente também atacou o juiz Flávio Itabaiana, magistrado que autorizou operação para investigar o suposto esquema de “rachadinha” quando o filho do presidente era deputado estadual. Bolsonaro também criticou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, sugerindo que ele tem apoiado ações para prejudicar sua família.
"Reação humana"
O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), André Mendonça, minimizou os ataques do presidente Jair Bolsonaro à imprensa, classificando-os como uma "reação humana em um contexto em que ele se vê injustiçado".
Responsável pela defesa do governo na Justiça, Mendonça disse que é preciso "separar o joio do trigo, pois há muitos bons jornalistas, mas também há pessoas que não se comprometem com a verdade, mas com a destruição de reputações".
Por fim, disse que Bolsonaro é um "homem íntegro e que sem dúvidas respeita a imprensa".
Por Valor Econômico
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