quinta-feira, dezembro 26, 2019

Após assassinato de prefeito, vereadores de Granjeiro, no Ceará, definem posse de vice nesta quinta-feira

João Gregório Neto estava caminhando quando foi atingido em Granjeiro, no sul do Ceará — Foto: Divulgação/Prefeitura de Granjeiro
Vice-prefeito de Granjeiro, Ticiano Tomé — Foto: Divulgação/Prefeitura de Granjeiro

Os vereadores da cidade de Granjeiro, no interior do Ceará, devem definir nesta quinta-feira (26) como será a posse do atual vice-prefeito Ticiano Tomé (PSDB) após o assassinato do prefeito João Gregório Neto, conhecido como João do Povo.

João do Povo foi morto a tiros na manhã da terça-feira (24), enquanto caminhava próximo à parede do Açude Junco, no entorno da casa onde morava, em Granjeiro. A vítima foi atingida pelas costas. A polícia apura a autoria e a motivação do crime, mas nenhum suspeito foi preso até o momento. O governador do Ceará, Camilo Santana, determinou rigor nas investigações.

Segundo o presidente da Câmara Municipal de Granjeiro, Luiz Márcio Pereira (PMN), ainda não houve tempo hábil para definir os detalhes sobre a posse. “Devido a essa correria, as homenagens e a dor do momento, a gente não teve como se reunir”, explicou. Pereira decretou luto oficial de três dias no município pela morte de João do Povo.

Rompimento

Apesar de integrarem a mesma chapa vencedora das eleições municipais de 2016, o prefeito e o vice haviam rompido há pouco mais de oito meses, quando o grupo político de Ticiano Tomé fez denúncias contra João do Povo.

O gestor era suspeito de movimentar cerca de R$ 26 milhões na conta de um parente beneficiário de aposentadoria rural, num período de dois anos, segundo as investigações da Operação Bricolagem, relativas a fraudes em licitações para construção de escolas. O valor dos contratos fraudados somava cerca de R$ 5 milhões. Um dos mandados foi cumprido em sua casa, onde foram encontrados R$ 213 mil em espécie, guardados em caixas de sapatos.

Por telefone, o vice-prefeito de Granjeiro disse estar "consternado" com a morte de João do Povo e afirmou que aguarda os trâmites legais para assumir a gestão. "É um fato que cabe à Justiça apurar, buscar as provas e averiguar o fato ocorrido. Não é normal. É lamentável. Todos nós estamos consternados, muito tristes com o acontecido. A política é feita de aliados e adversários políticos, mas isso não cabe na política", disse Ticiano.

Câmeras registraram movimentação

Moradores da cidade relataram terem visto um carro com suspeitos se aproximando do gestor municipal, logo antes do assassinato. Foram ouvidos pelo menos três disparos. A população tentou socorrer o prefeito, mas, quando chegaram próximo ao local, ele já estava morto. De acordo com uma fonte da polícia, o carro utilizado pelos criminosos foi flagrado por uma câmera de segurança.

Luís Márcio Pereira acrescenta que há necessidade de cobrar das autoridades a solução do crime. “A gente está preocupado em relação a esse crime, de que não seja desvendado. Porque a gente quer que todas as autoridades tentem ao máximo e que descubram quem efetuou os disparos, se teve um mandante. Mas que seja descoberto, porque isso causa dor e muito medo na gente”, afirmou.

Por Luana Barros, G1 CE

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