terça-feira, novembro 05, 2019

Viúva de médico esquartejado em Pernambuco é condenada a 19 anos e 8 meses de prisão


Após dois dias de julgamento, a farmacêutica Jussara Rodrigues da Silva Paes foi condenada a 19 anos, 8 meses e 46 dias de prisão pelo assassinato e ocultação de cadáver do marido, o médico Denirson Paes. A sentença foi proferida durante júri popular, nesta terça-feira (5). O julgamento da viúva começou na segunda-feira (4), em Camaragibe, no Grande Recife.

O crime ocorreu no dia 4 de julho de 2018, em Aldeia, na mesma cidade. O corpo de Denirson Paes foi encontrado esquartejado em uma cacimba, com partes carbonizadas, na residência da família, em um condomínio de luxo. O julgamento ocorreu na 1ª Vara do Tribunal do Júri do município e foi presidido pela juíza Marília Falcone.

De acordo com o TJPE, Jussara foi condenada a 17 anos e 9 meses de prisão pelo crime de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe ou fútil, com emprego de meio cruel, e cometido à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima) e a 1 ano e 11 meses de prisão pela ocultação de cadáver.
O conselho de sentença foi composto por cinco mulheres e dois homens, que consideraram Jussara culpada pelos crimes. Na segunda-feira (4), primeiro dia de júri, o filho mais novo do casal, Daniel Paes, foi ouvido e disse que queria que a mãe fosse condenada. O irmão dele, Danilo Paes, foi acusado pela polícia de ter participado do assassinato.

Danilo e a mãe foram presos em julho de 2018 e indiciados pela morte e pela ocultação do corpo do médico. Em dezembro do ano passado, a Justiça determinou que Danilo fosse solto e ele aguarda o julgamento em liberdade.

Julgamento

No primeiro dia de julgamento, foram ouvidas testemunhas de defesa e de acusação, incluindo o filho mais novo de Jussara e Denirson, Daniel. Foram exibidos quatro vídeos com depoimentos de testemunhas gravados durante as audiências de instrução (veja vídeo acima).

Às 9h35 desta terça-feira (5), o júri foi reiniciado para a fase de debates entre a acusação e defesa. O Ministério Público apresentou suas alegações durante uma hora e meia, traçando uma ordem cronológica dos acontecimentos. A defesa de Jussara alegou que ela era vítima de violência doméstica e teria agido em legítima defesa.

O Ministério Público abriu mão da fase de réplica e, em seguida, a juíza responsável pelo caso fez a leitura dos quesitos a serem analisados pelos jurados. O júri se reuniu à tarde para votar e anunciar a sentença.

O crime

Em 31 de maio de 2018, o cardiologista Denirson Paes, de 54 anos, foi assassinado no condomínio onde morava com a família, na Estrada de Aldeia, em Camaragibe.

As investigações da Polícia Civil apontaram que ele foi estrangulado e partes do corpo da vítima foram encontradas dentro de uma cacimba, no quintal da casa da família.

Vinte dias depois do crime, Jussara Rodrigues registrou um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento do marido e contou que ele havia viajado para fora do país, mas não retornou da viagem.

De acordo com a denúncia do Ministério Público de Pernambuco, o crime teria sido motivado porque ela não aceitava o fim do relacionamento com a vítima e também por interesse financeiro.

Por G1 PE

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