sexta-feira, outubro 18, 2019

Justiça mantém prisão do prefeito afastado de Camaragibe (PE) Demóstenes Meira

Sessão que negou relaxamento da prisão preventiva de Demóstenes Meira ocorreu na quinta-feira (17), na sede do TJPE, no Recife — Foto: Silla Cadengue/Divulgação
Prefeito de Camaragibe, Demóstenes Meira foi preso no dia 20 de junho de 2019 — Foto: Reprodução/WhatsApp

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) negou o pedido de relaxamento da prisão preventiva do prefeito afastado de Camaragibe, Demóstenes Meira (PTB). A decisão do relator, o desembargador Mauro Alencar, foi seguida pelos votos dos nove magistrados que estavam na sessão, ocorrida na quinta-feira (17), no Recife.

Meira é investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro, desvio de bens e rendas públicas, fraudes a licitações, peculato e organização criminosa. O G1 entrou em contato com a defesa do gestor municipal, mas não recebeu resposta até a última atualização desta matéria.

O chefe do Executivo de Camaragibe também se envolveu em uma polêmica em que convocou servidores para o show da noiva durante uma prévia de carnaval (leia mais abaixo). A prisão dele ocorreu no dia 20 de junho de 2019. A vice-prefeita, Nadegi Queiroz (DC), tomou posse em seguida e assumiu a gestão do município por 180 dias.

Durante a sessão do TJPE, também foi negado o pedido de relaxamento da prisão de Carlos Augusto Bezerra de Lima e Severino Ramos da Silva, donos de construtoras envolvidas em fraudes na prefeitura de Camaragibe. Luciana Maria da Silva, esposa de Severino, também permanece presa.

Segundo o TJPE, o desembargador Mauro Alencar manteve as prisões "pelo correto procedimento e para legalidade do inquérito". A Procuradoria Geral de Justiça ofereceu denúncia contra os investigados e, atualmente, o processo está na fase de aguardo da apresentação de defesas preliminares. No Superior Tribunal de Justiça (STJ), também tramitam pedidos de habeas corpus.
Operação Harpalo

A prisão de Meira ocorreu durante uma operação da Polícia Civil de Pernambuco iniciada em dezembro de 2018 e deflagrada em março de 2019, que investiga a prática dos crimes de fraude em licitação, corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. Foram apreendidos carros de luxo e diversos documentos.

Conforme informado pela delegada Jéssica Ramos em junho deste ano, o rombo pode chegar a R$ 117 mil em um contrato de R$ 1,2 milhão para a manutenção de escolas municipais, em que houve dispensa de licitação.

Na primeira fase da operação, a delegada Jéssica Ramos afirmou que, a mando de Meira, um vereador e uma servidora pública sofreram ameaças por "saberem demais". A prisão do gestor foi solicitada nesse período, mas, segundo a Polícia Civil, foi negada pela Justiça.

Comissionados em show da noiva

Prefeito Demóstenes Meira exigiu a presença de servidores comissionados em show da noiva dele, Taty Dantas — Foto: Reprodução/TV Globo

Em fevereiro deste ano, Meira exigiu a presença de servidores comissionados no show da noiva dele, a cantora Taty Dantas, que também ocupava o cargo de secretária de Assistência Social de Camaragibe na época. Na mensagem, o prefeito afirma que “quer ver todos os comissionados para dar força ao evento”. Meira também disse que iria "filmar e contar" a quantidade de funcionários presentes no evento.

A repercussão do ato levou o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) a investigar o caso. A ação civil foi ingressada pela 2ª Promotoria de Justiça Cível de Camaragibe, que apura possíveis atos de improbidade administrativa.

Por G1 PE

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