Praça de São Pedro lotada de fiéis para cerimônia de canonizaçao de beatos, entre eles a baiana Irmã Dulce Foto: Renato Grandelle / Agência O Globo
Fiéis brasileiros na Praça de São Pedro, durante cerimônia de canonização da baiana Irmã Dulce. Foto: ALBERTO PIZZOLI / AFP
Canozinação de Irmã Dulce, a primeira santa brasileira, acontece neste domingo, no Vaticano. Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes nasceu em Salvador, Bahia, em 26 de maio de 1914, e morreu na mesma cidade, em 13 de março de 1992 Foto: Divulgação
CIDADE DO VATICANO — Milhares de fiéis e membros do clero lotam a Praça de São Pedro, onde o Papa Francisco , acaba de canonizar a beata baiana Maria Dulce Lopes (1914-1992), Irmã Dulce , que agora já é Santa Dulce dos Pobres . Também foram canonizados outros quatro beatos: John Henry Newman, Giuseppina Vannini, Mariam Thresia Chiramel Mankidiyan e Margherite Bays.
À exceção de Dulce, todos os canonizados morreram no século XIX ou nas primeiras três décadas do século XX, o que mostra a agilidade do processo que reconheceu a santidade da freira baiana.
O músico José Maurício Moreira, que recuperou a visão após intercessão da Irmã Dulce — um milagre reconhecido pelo Vaticano — afirmou este sábado que participaria da missa, mas que seu papel não havia sido divulgado detalhadamente.
No livreto sobre a cerimônia, a Irmã Dulce é assim descrita: "Dulce Lopes Pontes, no século Maria Rita, nasceu a 26 de maio de 1914 em São Salvador da Bahia, no seio de uma família abastada, marcada por fortes convicções cristãs e uma caridade operosa. Desde a infância, ela se destacou por uma grande sensibilidade para com os pobres e os necessitados.
Completados seus estudos superiores, abraçou a vida religiosa na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, ligada à Ordem dos Frades Menores, servindo como enfermeira e professora. Animada por intenso zelo missionário, Irmã Dulce também se dedicou seriamente à instrução dos trabalhadores, mas foi sobretudo na assistência e cuidado dos últimos e dos mais sofredores que exerceu seu generoso serviço.
Irmã Dulce concretizou plenamente a sua ação caritativa com a fundação de uma associação de obras sociais e a construção de uma casa de acolhimento, o "Albergue Santo Antônio". Sua caridade era maternal, carinhosa. A sua dedicação aos pobres tinha uma raiz sobrenatural e do Alto recebia forças e recursos para dar vida a uma maravilhosa atividade de serviço aos últimos.
Os últimos meses da vida da Beata estiveram marcados pela doença, que enfrentou com serenidade e completo abandono nos braços do Senhor. Em 13 de março de 1992, Irmã Dulce faleceu em São Salvador da Bahia, nimbada de grande fama de santidade. Em 3 de abril de 2009, o Papa Bento XVI reconheceu as heroicidades de suas virtudes e, em 22 de maio de 2011, celebrou-se o rito de sua Beatificação".
A celebração eucarística com o rito da canonização é aberta com cânticos. Depois, o prefeito da Congregação da Causa de Todos os Santos, Angelo Becciu, solicitar ao Papa a canonização dos beatos. Becciu apresentará brevemente o perfil de cada um deles.
O pedido é seguido pelo "Litanie Sanctorum", a ladainha mais antiga da Igreja Católica. A ladainha é um chamado para lembrarmos nossos ancestrais e pedir por sua intercessão. Nela é enumerada uma série de santos.
Em seguida vem a "fórmula da canonização", uma oração feita pelo Papa em latim em que ele reconhecerá a canonização dos cinco beatos. O cardeal Becciu agradece ao Pontífice e pede permissão para escrever uma carta apostólica para preparar a canonização. Na última parte do rito, Francisco faz novas orações e a liturgia.
Renato Grandelle*, enviado especial
O Globo
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