Costa afirma que a mudança dos servidores vai ocorrer em três etapas, que começa em novembro e vai até janeiro de 2020. Segundo ele, a intenção da Petrobras é devolver o edifício Torre Pituba para a Petros, que aluga o imóvel para a estatal. A previsão, segundo ele, é que o prédio seja entregue até junho do próximo ano. “Somos contra isso porque é um ataque aos interesses da Bahia. Vai prejudicar a economia baiana. Vai afetar a economia de Salvador. É um prejuízo gigantesco. Essa medida na verdade é um dos passos que a Petrobras está dando para encerrar as atividades no estado da Bahia”, declarou, em entrevista à Tribuna, ao ressaltar que os salários e benefícios pagos aos servidores da Petrobras injetam cerca de R$ 80 milhões na economia do Estado.
O sindicalista disse que a Petrobras pretende vender a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), as cinco termelétricas, campos de petróleo e o terminal marítimo, que fica em Madre de Deus. “Claro que essas unidades vendidas vão operar, mas a lógica da iniciativa privada é completamente diferente da Petrobras. Tem menos funcionários, redução dos postos de trabalho, os salários são menores, por exemplo”, pontuou. Segundo Costa, o fechamento da Fafen pode provocar ainda o encerramento de mais 14 fábricas no Polo Industrial de Camaçari.
O diretor do Sindipetro explica que essas fábricas dependem de matérias-primas fornecidas pela Petrobras. “Isso significa que o índice de desemprego pode aumentar em muito, porque essas empresas podem ter mais de dois mil trabalhadores. A gente quer sensibilizar a sociedade sobre isso, porque não é uma decisão técnica, financeira e econômica da Petrobras. A Petrobras não está falindo. É uma decisão política da direção da empresa. Decidiram que a prioridade de investimento é no Rio, Espírito Santo e São Paulo”, ressaltou.
Costa contou que pediu uma reunião com o governador da Bahia, Rui Costa (PT), e deputados federais do Estado para tratar do assunto. “Não é um problema dos petroleiros. É um problema da Bahia. A Petrobras precisa mudar de posição”, afirmou. Para ele, a medida vai afetar todo o Nordeste. “Tudo que estou dizendo vai acontecer em Sergipe, Alagoas, Pernambuco e no Ceará. É uma decisão corporativa. É uma decisão do presidente e diretos da Petrobras. O Nordeste está no processo de desmonte. É uma decisão absurda sem amparo técnico”, frisou.
Para tratar deste ano, a Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) realiza hoje audiência pública. Para o líder do governo na Casa, o deputado estadual Rosemberg Pinto (PT), é preciso iniciar o “mais rápido possível uma forte mobilização tanto estadual quanto nacional”. “Enquanto em outros países as áreas de energia estão sob o controle do Estado, aqui, o governo Bolsonaro quer entregar tudo à iniciativa privada. E o Nordeste, que Bolsonaro tem pavor, é o mais frágil. Se vender a Transpetro, Petrobras Distribuidora, Rlam, Fafen, o que sobrará para a Bahia? Nada”, disse o petista.
Por Tribuna da Bahia
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