domingo, setembro 22, 2019

Petrolândia: O Suicídio e suas tramas - Por: Fernando Batista


Sofremos o impacto de quem morre cedo. Ainda não estamos acostumados com partidas prematuras. Mexem nas regras do que consideramos natural.

O suicida parte solitário, parte de forma trágica, levando com ele as razões que insistimos em investigar. Diante do acontecimento tão triste, uma pergunta: Porquê?. Sinceramente não sei. Gosto de preferir evitar o perigo de respostas rápidas, injustas. O suicídio é acontecimento que não pode ser visto com pressa.

A morte, as razões ocultas, imperceptíveis, a tragédia, tudo faz parte de um mosaico que pede contemplação e respeito. Não temos o direito de instrumentalizar a morte alheia.

O suicídio com suas telas tem moldura contemplativa, pois a morte, ainda que seja de alguém que não conhecemos, pode nos acordar, nos tirar da mesmice, nos empresta um novo significado para nossa existência. Deixando de buscar razões que conduziram ao tresloucado fim, então, ponho-me a querer saber as razões da minha vida.

Os solitários estão por toda parte. As cordas e os venenos também. Alço metáforas. A corda é feita de gomos que se entrelaçam. A vida também. A cada dia um novo pedaço. Às vezes um laço, às vezes um nó, mas será sempre o resultado de uma nova escolha. Ora, doses homeopáticas de morte; ora, doses cavalares de vida.

Por mais notícias de cordas nas mãos; não no pescoço. Laços firmes lançando esperanças. Por mais pessoas provando as águas da compreensão e do diálogo, da procura, antes de verem o seus afogados no veneno da desesperança, da solidão e do desespero.

Por: Fernando Batista

Da Redação do Blog de Assis Ramalho

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