Ele não detalhou, porém, qual seria a relação que ele vê entre o atual modelo de escolas e a "dependência" de pessoas de programas sociais.
Bolsonaro participou nesta quinta de uma cerimônia no Palácio do Planalto na qual lançou um programa que visa incentivar a criação de escolas cívico-militares.
O Distrito Federal já adota a militarização em algumas unidades de ensino, e o governador Ibaneis Rocha (MDB) participou do evento no Planalto. Bolsonaro, então, se dirigiu a Ibaneis e declarou:
"Temos aqui a presença física do nosso governador do DF, Ibaneis. Parabéns, governador, com essa proposta. Vi que alguns bairros tiveram votação e não aceitaram. Me desculpa, não tem que aceitar, não. Tem que impor."
No mês passado, o governo do Distrito Federal chegou a fazer eleições em algumas escolas para a população votar a favor ou contra a militarização nessas unidades de ensino. Nos locais onde a maioria foi contra, Ibaneis chegou a dizer que implementaria a medida "de qualquer jeito". Depois, voltou atrás.
"Se aquela garotada está na quinta série, está na nona série e na prova do Pisa não sabe uma regra de três simples, não sabe interpretar um texto, não responde a uma pergunta básica de ciência, me desculpa, não tem que perguntar para o pai, irresponsável nesta questão, se ele quer ou não uma escola, de certa forma, com militarização. Tem que impor, tem que mudar", declarou Bolsonaro nesta quinta-feira.
Em seguida, o presidente concluiu: "Nós não queremos que essa garotada cresça e, no futuro, seja um dependente até morrer de programas sociais do governo".
O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), mencionado por Bolsonaro, é realizado a cada três anos e avalia o desempenho escolar de diversos países em três quesitos principais: matemática, ciências e leitura.
Modelo de adesão
Em entrevista coletiva após o lançamento do programa, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi questionado se a adesão ao modelo cívico-militar será voluntária ou imposta, como declarou Bolsonaro.
"O que está combinado é que é voluntário. Mas a demanda é tão grande dos pais, dos prefeitos, deputados, governadores, todos eles querem", disse o ministro.
Segundo Weintraub, a palavra do presidente é a "última" dentro do governo. "Palavra do presidente é a última palavra do executivo, então, está falando. Tem muito mais demanda do que capacidade de atender no curto prazo", declarou.
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