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terça-feira, agosto 06, 2019
Videoconferência da ANA discute monitoramento das águas do São Francisco
Em uma reunião que durou mais de 3h nesta segunda-feira (5 de agosto), técnicos de diversos órgãos analisaram as condições hidrológicas da bacia do Rio São Francisco. A videoconferência promovida mensalmente pela Agência Nacional de Águas (ANA) contou com apresentações da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), que mostraram os resultados do monitoramento ictiológico no Baixo São Francisco e os estudos limnológicos no reservatório de Três Marias, em Minas Gerais.
A limnologia estuda as águas interiores, independentemente de suas origens, verificando as dimensões e concentração de sais, em relação aos fluxos de matéria e energia e as suas comunidades bióticas. A ictiofauna é o estudo do conjunto das espécies de peixes que existem numa determinada região biogeográfica.
O estudo da Codevasf fez um comparativo entre coletas realizadas em dois momentos distintos: em janeiro e em julho de 2016. O levantamento aponta que as espécies mais comuns na região são a pirambeba e o pacu. As equipes da companhia também constataram o aumento da salinidade na região. As vazões reduzidas dos últimos anos também constam no estudo.
O histórico apresentado na reunião aponta que, em março de 2012, técnicos da Codevasf realizaram levantamento limnológico e ictiológico de três lagoas marginais do baixo São Francisco (Escurial, Grande e Campinhos), localizadas entre os municípios sergipanos de Nossa Senhora de Lourdes e Amparo do São Francisco. Em duas dessas lagoas, foram encontradas somente duas espécies de piracema: o piau cutia e a xira. “Segundo relatos da comunidade, a xira encontrada foi introduzida pela Codevasf através de peixamento”, informou Marcos Vinícius Teles Gomes, da empresa, na apresentação dos dados na reunião.
Ainda de acordo com informações transmitidas na videoconferência, da qual participaram representantes de governos estaduais, governo federal, usuários e universidades, em setembro de 2015, através de imagens históricas de satélite do Google Earth, foram identificadas 40 possíveis lagoas marginais entre a foz e o reservatório de Xingó, das quais foram visitadas 23, sendo cinco em Sergipe, e 18 em Alagoas. Essa observação apontou que a maioria estava seca, sem uma gota de água.
As que ainda tinham água, segundo informações de pescadores e população local, era de origem da chuva, já que havia mais de dez anos não ocorria uma cheia no rio São Francisco, suficiente para inundar tais áreas. Em 2019, após o período chuvoso, pretende-se fazer um novo levantamento das lagoas, e se possível, realizar o monitoramento da qualidade de água.
Os estudos limnológicos no reservatório de Três Marias (MG) apontam que o local é pobre em nutrientes, fator comprovado pela não sobrevivência de macrófitas na região. Por outro lado, o levantamento indica o aporte de grande quantidade de fertilizantes, provenientes da área do plantio de cana-de-açúcar na época de chuvas.
Condições hidrológicas
Como acontece em todas as reuniões, os técnicos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) apresentaram os dados referentes às condições hidrológicas da bacia do chamado rio da integração nacional. O coordenador-geral de Operações e Modelagens do Cemaden, Marcelo Seluchi, apresentou as previsões e projeções para a bacia do Rio São Francisco.
De acordo com o relatório, os últimos 15 dias apresentaram uma precipitação média na bacia do Velho Chico de apenas 14 milímetros (mm). Não há indicativo para anomalias no registro de chuvas na bacia para os próximos dias.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) também trouxe as condições de operação da bacia do São Francisco. Os números atualizados pela equipe do órgão apontam para a prática de defluência média de 450 metros cúbicos por segundo (m³/s) em Três Marias até o final do período seco na bacia, ou seja, até o final de novembro e a manutenção de 800 m³/s em Xingó (AL) no mesmo período.
A próxima videoconferência da ANA para acompanhar as condições da bacia do Velho Chico está marcada para o dia 2 de setembro, a partir das 10h, no horário de Brasília. O encontro é transmitido para os estados banhados pelo São Francisco e conta com a presença de todos os usuários interessados na temática do Velho Chico.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Delane Barros
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