O desembolso de crédito do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) vem aumentando desde 2017 em Pernambuco e deve se expandir ainda mais até 2021, com atenção especial para a expansão dos programas de microcrédito. Esse foi o cenário apresentado pelo superintendente da instituição no Estado, Ernesto Lima Cruz, em audiência pública promovida pela Comissão de Desenvolvimento Econômico da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), nesta quarta (28).
Na palestra, o gestor afirmou que a meta para este ano é alcançar R$ 5,5 bilhões em financiamento, com pelo menos R$ 4 bilhões desse total em empréstimos oriundos de recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). O dispositivo repassa valores de impostos federais para promover o desenvolvimento da região.
O objetivo é que o valor total de financiamentos do Banco do Nordeste, incluindo FNE e outras fontes, chegue a R$ 6,5 bilhões em 2021, atingindo o total de R$ 18 bilhões no triênio 2019-2021. “O nosso foco vai ser a micro, pequena e média empresa, porque é um segmento em que precisamos avançar em termos de agilidade e no qual há mais possibilidade de geração de emprego e renda, um dos principais objetivos de um banco de desenvolvimento”, disse Lima Cruz.
Atualmente, o BNB é responsável por 65% do crédito de longo prazo em Pernambuco, além de cerca de 55% de todo o crédito rural. “Mesmo num ambiente de crise, conseguimos sair de R$ 1,3 bilhão de desembolsos com recursos do FNE em 2016 para R$ 4,5 bilhões em 2018”, registrou o superintendente.
Com foco na geração de empregos, a instituição financeira pretende expandir também a atuação no microcrédito, tanto na modalidade urbana (CrediAmigo) quanto na rural (AgroAmigo). Os dois programas alcançaram 290 mil famílias e R$ 876,6 milhões em créditos concedidos em 2018. A meta para 2019 é de 400 mil famílias beneficiadas, com desembolso de R$ 1 bilhão.
Deputados presentes, como Romero Sales Filho (PTB), Simone Santana (PSB) e Romário Dias (PSD), questionaram o representante do BNB sobre os gargalos e os desafios que existem para a expansão do crédito para médios, pequenos e microempreendedores. A mesma preocupação foi apresentada por Jorge Alexandre, representante da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio-PE). “No momento em que Pernambuco está em 3º lugar em desemprego no País, precisamos de menos burocracia para criamos oportunidades de emprego para o nosso povo”, defendeu.
Em resposta aos questionamentos, Ernesto Lima Cruz salientou que o fato de o BNB ser um banco estatal não impede que procure ser ágil nos procedimentos. “Queremos ter cada vez menos burocracia e trabalhar apenas com a avaliação do risco dos financiamentos”, declarou o executivo do banco. Ele também destacou a busca de parcerias com entidades como o Porto Digital para adaptação à realidade da Indústria 4.0. “Pretendemos criar maneiras de estruturar algum tipo apoio a startups, que enfrentam um grande problema em obter garantias para os empréstimos.”
O superintendente também observou o diálogo com entidades governamentais, a exemplo das agências de Desenvolvimento Econômico (AD Diper) e de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem), bem como a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, com o objetivo de “fazer o BNB entrar em sinergia com o planejamento econômico para o Estado e os municípios pernambucanos”.
Ao fim da reunião, o presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, deputado Delegado Erick Lessa (PP), avaliou que a sociedade civil e o Poder Legislativo podem ter uma cooperação maior em prol do crescimento do Estado. “Vamos construir um grupo de trabalho em busca da desburocratização, da digitalização de processos e da adaptação para a Indústria 4.0. Novas ações, com certeza, vão ser desenvolvidas a partir dessa reunião”, considerou.
Alepe
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