“Ela começou a tremer do meu lado, jogou a bolsa para cima de mim e pulou. Antes, disse: ‘Eu vou pular’. Era para eu ter segurado ela, mas eu não consegui. Ela estava tentando fugir porque ela não queria morrer, ela sabia que iria morrer se achassem o celular dela depois”, contou.
Ainda de acordo com a testemunha, havia dois assaltantes dentro do veículo, que fazia transporte alternativo de passageiros: um com uma arma de fogo e outro com um facão. O que estava com o revólver recolheu os celulares de quem estava na Kombi.
“Ele começou a pedir celular e eu não dei meu celular, eu guardei. Ele começou a ameaçar a gente, pegou o revólver e colocou no meu pescoço e disse que, se achasse o celular depois, ele ia matar a gente. Aí eu peguei meu celular e entreguei a ele. Isaelle já tinha discutido com ele antes, dito que estava sem celular, mostrou a bolsa. E ele disse que, se achasse, ela ia morrer”, disse.
Também segundo o parente de Isaelle, os assaltantes não deixaram o motorista parar o veículo para tentar socorrer a vítima.
“Ele tirou o revólver na minha cabeça e colocou na cabeça do motorista e disse que, se ele parasse, ele ia morrer também. Eles ameaçavam a mim e ao motorista. Diziam que iam me matar porque eu deixei ela pular e ao motorista porque ele estava indo muito devagar. Tinha um menino com facão vigiando todo mundo atrás”, afirmou.
Ele contou que os assaltantes fugiram a pé. “A gente entrou lá para dentro das canas. Eles me agrediram e bateram no cobrador e foram embora correndo.[Passou na cabeça] que eu ia morrer, que eu não ia ver mais a minha mãe”, declarou.
Apesar de ter sido levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital da Restauração, no Centro do Recife, a jovem morreu antes de chegar à sala de cirurgia. O velório de Isaelle ocorre na casa de uma prima, em Chã de Capoeira, em Paudalho, mas o local, a data e o horário do enterro não foram divulgados pela família da vítima.
Investigação
O delegado de São Lourenço da Mata, Digo Santiago, informou que começou a ouvir testemunhas do assalto que resultou na morte de Isaelle. Ele tomou o depoimento do parente dela que estava na Kombi e também recebeu na delegacia o motorista e o cobrador da lotação.
"Tudo indica que os fatos aconteceram como foram narrados pelas pessoas", afirmou. O policial também pretende ouvir outras pessoas que foram vítimas do assalto.
"Queremos saber o que as outras pessoas que estavam na Kombi podem acrescentar para fazer um inquérito mais robusto", declarou.
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