O massacre no presídio de Altamira, sudeste do Pará, começou após um grupo de presos render agente penitenciário que encontrou facas e estoques durante revista, de acordo com o secretário-geral da Ordem dos Advogados do Brasil do Pará (OAB-PA), Eduardo Imbiriba. Dos 58 mortos, ao menos 16 foram decapitados com armas artesanais.
Segundo o secretário, após a rendição do agentes, integrantes do facção criminosa Comando Classe A (CCA) invadiram o anexo onde estavam detentos que pertenciam ao Comando Vermelho (CV) e os homicídios foram realizados com as armas brancas que estavam escondidas.
"Nenhum dos homicídios foram realizados por armas de fogo, só por estoques e facas. Esse material foi encontrado durante uma revista e eles renderam o agente prisional. Assim, uma ala invadiu a outra e houve toda essa carnificina. As previdências precisam ser enérgicas. O Estado precisa intervir", afirmou Imbiriba.
Segundo ele, houve falha de procedimento dos agentes da Superintendência do Sistema Penitenciário (Susipe) em não detectar as armas nas celas. Ainda de acordo com o secretário, o presídio não tinha condições logísticas de continuar funcionando.
"O que ocorreu lá, conforme apuramos, foi erro no procedimento. Como que não se verifica uma quantidade enorme de armas caseiras, facas, amoladores, lanças? O presídio não tem condições. Tem que haver uma intervenção significativa no que se refere a mudança de estrutura", declarou o secretário-geral.
Um confronto entre facções criminosas dentro do presídio de Altamira causou a morte de 58 detentos. Na segunda-feira (29), líderes do Comando Classe A incendiaram cela onde estavam internos do Comando Vermelho. De acordo com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), 41 morreram asfixiados e 16 foram decapitados. Na terça, mais um corpo foi encontrado carbonizado nos escombros do prédio.
Após as mortes, o governo do estado determinou a transferência imediata de dez presos para o regime federal. Outros 36 seriam redistribuídos pelos presídios paraenses.
Um relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) considera o presídio de Altamira como superlotado e em péssimas condições. No dia do massacre, havia 311 custodiados, mas a capacidade máxima é de 200 internos. Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Pará, dos 311 presos, 145 ainda aguardavam julgamento.
Na madrugada de quarta-feira (31), quatro envolvidos na briga entre facções foram mortos durante o transporte para Belém. Com isso, o número de mortos no confronto chega a 62. Os corpos foram encontrados na manhã desta quarta (31) com sinais de sufocamento, conforme informou a Superintendência do Sistema Penitenciário (Susipe).
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