Fábrica da Nova Fiação, do Grupo Santana Textiles, será implantada em Bezerros, no Agreste pernambucano; perspectiva é a de se gerar 545 empregos diretos – Fotos: Rhuda Jardim
A cadeia produtiva têxtil e de confecções de Pernambuco, que movimenta mais de R$ 5,6 bilhões por ano, ganhou reforços. O governador Paulo Câmara, ao lado do secretário de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach, firmou, na última sexta-feira (2), um Protocolo de Intenções com a empresa cearense Nova Tecelagem e Fiação, do Grupo Santana Textiles, para a instalação de uma nova fábrica em Bezerros. O investimento será da ordem de R$ 100 milhões e a expectativa dos empreendedores é a de gerar 545 empregos diretos, quando a produção estiver a pleno vapor.
A empresa vem para o Estado com o objetivo de suprir essa pujante cadeia produtiva, que envolve mais de 40 municípios da Paraíba e de Pernambuco, sobretudo na região do Agreste, onde se destacam as cidades de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama. São pelo menos 250 mil trabalhadores voltados à produção de vestuário para todos os públicos, além de artigos de cama, mesa e banho. De acordo com uma pesquisa elaborada pela Consultoria IEMI em 2017, Pernambuco produz mais de 225 milhões de peças anualmente.
“Com o anúncio da Nova Tecelagem e Fiação, o Governo de Pernambuco chega à marca dos 80 novos projetos privados, alguns deles expansões, atraídos somente em 2019. Estamos trabalhando intensamente para garantir a abertura de novos empregos e fechar o segundo semestre com saldo positivo de vagas. Na reunião do Condic que fizemos segunda-feira, já tivemos a possibilidade de aprovar incentivos fiscais para empreendimentos que vão gerar 617 novos postos de trabalho”, reforçou Schwambach, que esteve duas vezes no Polo de Confecções do Agreste na última semana, participando de atividades promovidas pelo empresariado local.
A chegada da Nova Tecelagem e Fiação é fruto do planejamento da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, que elegeu como uma de suas prioridades o adensamento e consolidação de cada cadeia produtiva, respeitando o potencial e as peculiaridades regionais. “Temos estudado quem são os potenciais fornecedores que podem se instalar aqui e contemplar diversos setores. São esforços como o Match Day que fizemos com a Jeep, em São Paulo, ou com a Aché, em Suape, além de outros encontros de negócios com empresas menores”, destacou o secretário.
O apoio ao desenvolvimento do Polo Têxtil e de Confecções também se dá sob forma de patrocínio. A Secretaria participou, em julho, de dois dos principais eventos promovidos pelo empresariado da região: o Estilo Moda Pernambuco (EMP), em Santa Cruz do Capibaribe, e a Rodada de Negócios da Moda Pernambucana (RNMP), que se encerra hoje em Caruaru. Ambos são patrocinados pelo Governo do Estado, através da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, a AD Diper.
PRAZOS E PRODUÇÃO
De acordo com o Grupo Santana Textiles, as obras de construção da planta deverão ser iniciadas em dezembro de 2019 e podem durar até três anos. No entanto, a companhia planeja começar a funcionar a partir de 2020, quando deverão ser empregados cerca de 250 funcionários. Até o final de 2021, a produção mensal da fábrica será de 1.200.000 metros de tecido Denim e 700.000 kg de fios. Esses itens são aplicados na produção de malharia (cotton, meia malha, pique, ribana, meias, moletons, entre outros) e tecelagem (artigos para cama, mesa e banho).
O protocolo de intenções contempla a adesão da Nova Tecelagem e Fiação ao Prodepe, que prevê crédito presumido a ser aplicado sobre o saldo devedor do ICMS normal de até 90% – percentual previsto pelo programa de incentivo fiscal para a Zona do Agreste, a recolher nos próximos 12 anos. Segundo a AD Diper, a empresa estará autorizada, pelo prazo máximo de seis meses, a terceirizar seus serviços fora dos limites estaduais.
HISTÓRICO DA EMPRESA
O Grupo Santana Textiles tem como origem a fabricação de redes de dormir, segmento no qual foi líder nacional no final da década de 1970. No início dos anos 1980, nasceu a Fiação Santana, a primeira indústria brasileira desse segmento totalmente voltada para o processo open-end para a produção de fios de algodão.
Em 1995, a empresa adentrou um novo segmento, a tecelagem, passando a produzir tecidos denim. Desta forma, foi inaugurada a primeira unidade têxtil do grupo, uma fábrica em Horizonte, interior do Ceará, cuja capacidade produtiva é de aproximadamente 3,5 milhões de metros/mês de tecido. Atualmente, são gerados cerca de 2,2 mil empregos diretos.
SOBRE O PRODEPE
O Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (Prodepe) compreende um conjunto de incentivos fiscais direcionados a alguns setores da atividade econômica, entre os quais destacam-se: industrial, central de distribuição e importador atacadista. O pacote destina-se a atrair novos investimentos e manter em território pernambucano aqueles já existentes. O Prodepe foi instituído pela Lei nº 11.675, de 11 de outubro de 1999, e regulamentado por meio do Dec. nº 21.959, de 27 de dezembro de 1999, e respectivas alterações. É um dos programas mais robustos do gênero, pela abrangência e escalonamento de percentuais em função da localização dos empreendimentos, e transparentes, por dar publicidade aos atos através de decretos no Diário Oficial.
AD Diper
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.