Vítimas incluem deputado federal João Campos (PSB) e o estadual José Queiroz (PDT). No total, seis parlamentares tiveram WhatsApp clonado, e um assessor, o Telegram. 'Se passavam por mim e pediam valores entre R$ 2 mil e R$ 5 mil', afirmou o deputado federal João Campos.
A Polícia Civil está investigando invasões a aplicativos de mensagens de deputados de Pernambuco. Ao menos cinco deputados estaduais, um federal e um assessor foram vítimas. Criminosos se passaram pelos parlamentares para pedir dinheiro a contatos da agenda por meio de mensagens de texto. No caso dos deputados, os ataques ocorreram no WhatsApp. O assessor teve o Telegram clonado.
A Delegacia de Crimes Cibernéticos, no Centro do Recife, investiga as invasões a seis contas, sendo cinco de deputados, uma delas do federal João Campos (PSB), e outra do chefe de gabinete dele. Além disso, o deputado estadual José Queiroz (PDT) também informou, na quinta-feira (9), ter sido vítima dos criminosos.
De acordo com o delegado Eronides Meneses, responsável pelas investigações, os criminosos pediram transferências bancárias entre R$ 5 mil e R$ 23 mil. Os valores, comparados ao padrão para esse tipo de crime, é considerado alto. Três pessoas chegaram a repassar o dinheiro.
"Vimos que foi bem direcionado para os deputados. Através de um político, eles conseguiram os outros, porque essas pessoas estão em vários grupos e também têm backup de conversas. A partir daí, o golpista sabe quem são seus melhores amigos e pede dinheiro diretamente a essas pessoas", afirma o delegado.
Em nota enviada à imprensa nesta sexta-feira (9), a assessoria do deputado José Queiroz afirma que um invasor está usando seu número.
"O deputado estadual José Queiroz (PDT) teve o seu número de telefone clonado e, em consequência disso, está sendo alvo de um hacker que tem usado o acesso aos seus contatos para solicitar dinheiro, usando o nome do parlamentar", diz o texto.
Ao G1, o parlamentar disse que os criminosos roubaram a linha de telefone dele para ter acesso aos dados e tentar aplicar os golpes. "Vinha do Recife para Caruaru na quinta-feira e meu telefone parou de funcionar. O WhatsApp, a mesma coisa. Contactei a operadora, que bloqueou o telefone, mas ainda não consegui restabelecer. Vou pegar o protocolo e levar à delegacia", diz.
No caso do deputado João Campos, a conta invadida foi do WhatsApp for Business, que é uma modalidade do aplicativo de mensagens usada para negócios.
"Não foi minha conta pessoal. Uso esse número para distribuir ações do gabinete na imprensa e para outras pessoas. Eles mandaram mensagens pedindo dinheiro, com informações de cinco contas bancárias no estado do Maranhão. Se passavam por mim e pediam valores entre R$ 2 mil e R$ 5 mil", diz João Campos.
Para Campos, os ataques não aparentam ter cunho político e foram direcionados aos deputados simplesmente pelo número de contatos que os parlamentares têm.
"Eles conseguiram acesso e sabiam que era uma pessoa que tinha muitos contatos. Imagine: um deputado pedir dinheiro a alguém? Diziam que eu tinha excedido o limite diário de transferências bancárias e, por isso, estava pedindo o dinheiro. Prestei queixa na Polícia Civil e também registrei o caso na Polícia Legislativa, porque somos orientados a notificar qualquer coisa que possa ter interferência no mandato", declara.
O delegado Eronides Meneses diz, ainda, que os criminosos roubam as contas das vítimas de duas formas.
"Ou você tem o chip tomado por alguém que vai na loja se passando por você e resgata seu número, ou eles lhe mandam uma mensagem convincente, de que você deve repassar um código e, se você envia, eles tomam seu WhatsApp", explica.
De acordo com o delegado, a forma usada para aplicar o golpe, no caso de quatro deputados, foi a ida a loja. Os outros casos seguem em investigação.
Ao G1, o parlamentar disse que os criminosos roubaram a linha de telefone dele para ter acesso aos dados e tentar aplicar os golpes. "Vinha do Recife para Caruaru na quinta-feira e meu telefone parou de funcionar. O WhatsApp, a mesma coisa. Contactei a operadora, que bloqueou o telefone, mas ainda não consegui restabelecer. Vou pegar o protocolo e levar à delegacia", diz.
No caso do deputado João Campos, a conta invadida foi do WhatsApp for Business, que é uma modalidade do aplicativo de mensagens usada para negócios.
"Não foi minha conta pessoal. Uso esse número para distribuir ações do gabinete na imprensa e para outras pessoas. Eles mandaram mensagens pedindo dinheiro, com informações de cinco contas bancárias no estado do Maranhão. Se passavam por mim e pediam valores entre R$ 2 mil e R$ 5 mil", diz João Campos.
Para Campos, os ataques não aparentam ter cunho político e foram direcionados aos deputados simplesmente pelo número de contatos que os parlamentares têm.
"Eles conseguiram acesso e sabiam que era uma pessoa que tinha muitos contatos. Imagine: um deputado pedir dinheiro a alguém? Diziam que eu tinha excedido o limite diário de transferências bancárias e, por isso, estava pedindo o dinheiro. Prestei queixa na Polícia Civil e também registrei o caso na Polícia Legislativa, porque somos orientados a notificar qualquer coisa que possa ter interferência no mandato", declara.
O delegado Eronides Meneses diz, ainda, que os criminosos roubam as contas das vítimas de duas formas.
"Ou você tem o chip tomado por alguém que vai na loja se passando por você e resgata seu número, ou eles lhe mandam uma mensagem convincente, de que você deve repassar um código e, se você envia, eles tomam seu WhatsApp", explica.
De acordo com o delegado, a forma usada para aplicar o golpe, no caso de quatro deputados, foi a ida a loja. Os outros casos seguem em investigação.
Prevenção
O delegado orienta que quem receber qualquer pedido de dinheiro por mensagem deve desconfiar.
"Se você recebeu uma mensagem, ligação ou e-mail, até em redes sociais, não importa. Com certeza, é golpe. Você pode fazer uma ligação em vídeo, só para confirmar, e se o bandido estiver do outro lado, ele vai dizer que não pode atender no momento ou que está num lugar barulhento", explica.
Uma mulher que não quis se identificar caiu no golpe. Ela achou que estivesse conversando com um amigo deputado estadual pelo WhatsApp e recebeu uma mensagem que seria dele, pedindo dinheiro. Ela fez quatro transferências de dinheiro para os golpistas.
"Eu não pensei muito, porque estava falando com uma pessoa que eu conhecia e que confiava e que nunca tinha me pedido uma coisa dessas. Foram quatro transferências que totalizaram R$ 23 mil", afirma a vítima.
Segurança
Uma forma de proteger as contas é ativar a opção de autenticação por mais de uma etapa, disponível na maioria dos aplicativos de redes sociais. Dessa forma, os apps pedem duas ou mais informações, como senhas e códigos, para que o usuário tenha acesso.
No WhatsApp, essa ferramenta é chamada de "Confirmação em Duas Etapas", e no Telegram, se chama "Verificação em Duas Etapas". Ela pode ser acessada nas configurações dos dois apps.
Outra maneira de evitar cair no golpe é fazer uma chamada para o telefone, preferencialmente de vídeo. Além disso, se perceber que a internet ou linha telefônica parou de funcionar, é preciso falar com a operadora para recuperar o serviço. Os criminosos podem ter acesso às contas por dias, se passando pela vítima, caso ela não tome providências.
"Eles pedem que você faça uma transferência para a conta de terceiros, nunca para ele mesmo [o dono real do número]. O golpista nunca pode atender uma ligação no momento e pede urgência. A primeira coisa a fazer é ir à delegacia, para que a polícia envie um ofício para o banco, pedindo que o valor seja estornado. Se estiver numa agência da mesma rede bancária em que fez o depósito ou transferência, pode falar com o gerente para ele tentar estornar", diz o delegado.
G1 PE
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